Níveis de proteína bruta em dietas de bovinos de corte: consumo, digestibilidade, produção microbiana, parâmetros ruminais e desempenho produtivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Cavalcante, Maria Andréa Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11263
Resumo: Na realização do trabalho foram conduzidos dois experimentos. No primeiro, avaliaram-se o consumo e as digestibilidades aparentes total e parcial dos nutrientes, o pH e a concentração de amônia ruminal, a taxa de passagem, o balanço de compostos nitrogenados e a produção de proteína microbiana em novilhos mestiços Holandês x Zebu, recebendo dietas contendo quatro níveis de proteína bruta (10,5; 12; 13,5 e 15%), na base da matéria seca. Foram utilizados quatro animais fistulados no rúmen e abomaso, castrados, com peso vivo médio inicial de 487,3 kg, distribuídos em um quadrado latino 4 x 4. Cada período experimental teve duração de 20 dias, sendo 10 dias de adaptação às dietas e 10 dias de coletas. Para a determinação da excreção fecal e da taxa de passagem, utilizou-se o óxido crômico como indicador. O pH e o N-amoniacal foram mensurados, no fluido ruminal, antes e 2, 4, 6 e 8 horas, após o fornecimento da dieta. Para a determinação da produção de proteína microbiana, utilizaram-se as bases purinas (RNA), no abomaso, como indicador microbiano. Os consumos de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), fibra em detergente neutro (FDN) e nutrientes digestíveis totais (NDT) não foram influenciados pelos níveis de proteína bruta (PB) das dietas, enquanto os cons umos de PB aumentaram e os de extrato etéreo (EE) e de carboidratos não fibrosos (CNF), reduziram com o incremento de PB nas dietas. As digestibilidades aparentes totais da MS, MO e PB aumentaram linearmente com a concentração protéica da dieta. As digestibilidades aparentes ruminal e intestinal dos nutrientes não foram afetadas pelos níveis de PB das dietas, exceto a digestibilidade intestinal da PB, que aumentou 2,77 unidades para cada percentual de aumento na PB da dieta. A concentração de amônia e o pH ruminal foram influenciados pelos tempos de coleta, estimando-se valores máximos de 17,43 mg/dL e 6,54, às 3,62 e 4,17 h após a alimentação, respectivamente. A taxa de passagem da digesta não foi afetada pelas dietas, registrando-se valor médio de 3,69 %/h. Os fluxos de compostos nitrogenados totais, amoniacais, não amoniacais e microbianos no abomaso, bem como a eficiência de síntese microbiana, expressa de diferentes formas, também não foram afetados pelos níveis de PB das dietas, enquanto o balanço de nitrogênio, expresso em g/dia, aumentou linearmente com o incremento de PB. No segundo experimento, objetivou-se avaliar o consumo e a digestibilidade aparente total dos nutrientes, o ganho de peso, o rendimento de carcaça e a conversão alimentar, em bovinos de corte recebendo as mesmas dietas do primeiro experimento. Foram utilizados 24 novilhos zebuínos, não castrados, com peso vivo médio inicial de 398,4 kg, distribuídos num delineamento em blocos casualizados, com quatro tratamentos e seis repetições. O experimento teve duração de 78 dias, divididos em três períodos de 21 dias, após 15 dias de adaptação. A produção fecal foi estimada pela fibra em detergente ácido indigestível, após um período de incubação in situ por 144 horas. Com exceção dos consumos de PB, que aumentaram, e os de EE e CNF, com e sem correção para cinzas e proteína, que diminuíram, os demais consumos não foram influenciados pelos níveis protéicos das dietas. As digestibilidades aparentes totais dos nutrientes não foram influenciadas pelas dietas, com exceção da PB e do EE, que apresentaram, respectivamente, comportamentos linear crescente e decrescente, em função da inclusão de PB nas dietas. Os ganhos médios diários de peso vivo, o rendimento de carcaça e a conversão alimentar, também não foram influenciados pelos níveis de PB das dietas, registrando-se, respectivamente, valores médios de 1.074 g/dia, 51,43% e 10,01. Face aos resultados, recomenda-se para bovinos de corte, na fase de terminação, com peso vivo próximo a 400 kg, a utilização de dietas com 10,5% de PB.