Revisão da taxonomia e distribuição do gênero Trechona C. L. Koch, 1850 (Arachnida: Araneae: Dipluridae)
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Biologia e Manejo animal Mestrado em Biologia Animal UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2228 |
Resumo: | Trechona C. L. Koch, 1850 é um gênero neotropical de Mygalomorphae, composto por aranhas de grande tamanho (até cinco centímetros de corpo). Suas espécies têm uma lira bem desenvolvida no lado interno da maxila dos pedipalpos. A lira é composta por um grande número de cerdas rígidas, clavadas ou não, de diferentes tamanhos, arranjadas em várias séries. A maioria dos diplurídeos não tem lira. O único outro diplurídeo lirado, Diplura C. L. Koch, 1850, apresenta um máximo de 26 cerdas, dispostas em uma única série na maxila. Além disso, Trechona, geralmente, tem fiandeiras relativamente curtas, quando comparadas às de outros diplurídeos. Essas aranhas têm o corpo acastanhado a enegrecido, geralmente com um padrão zebrado no abdome, formado por faixas transversais claras. Elas vivem em longos túneis cavados em barrancos ou sobre troncos e pedras no solo da floresta. Embora sejam aranhas comuns na Mata Atlântica, espécimes de Trechona não são facilmente coletados, devido ao seu hábito fossorial e ao árduo trabalho necessário para removê-las de seus túneis. Até o início desta dissertação, Trechona incluía seis espécies e uma subespécie, e sua distribuição abrangia Brasil, Guianas e Colômbia. Como resultado deste estudo, a composição e a distribuição do gênero foram bastante alteradas. T. lycosiformis (C. L. Koch, 1842) foi transferida para Theraphosidae incertae sedis, formando a nova combinação "Avicularia" lycosiformis. A única espécie colombiana, T. sericata Karsch, 1879, foi transferida para Linothele Karsch, 1879. T. adspersa Bertkau, 1880, do estado do Rio de Janeiro, foi transferida para Nemesiidae e representa uma das espécies de um gênero não descrito do Sudeste do Brasil. As únicas espécies que permanecem em Trechona são restritas à Mata Atlântica do Brasil, já que os registros de T. venosa (Latreille, 1832) para a Amazônia e as Guianas são, claramente, baseados em identificações errôneas. T. venosa, a espécie-tipo do gênero, ocorre do município do Rio de Janeiro até o centronorte do Espírito Santo. T. rogenhoferi (Ausserer, 1871) é um nomen dubium, baseado em um jovem não identificável. T. venosa rufa Vellard, 1924 é elevada ao nível de espécie. T. uniformis Mello-Leitão, 1935 é uma espécie que ocorre no litoral leste do estado de São Paulo (sem localidade específica na descrição original), sul de Minas Gerais, e, provavelmente, sudoeste do estado do Rio de Janeiro. Ela pertence a um grupo distinto, com um bulbo muito longo e uma espermateca também muito alongada, sem ramo lateral e cabeça da espermateca delimitada. Três espécies inéditas foram encontradas: Trechona sp. 1 - apenas fêmeas, do estado de Santa Catarina; Trechona sp. 2 - somente um macho, do Parque Nacional do Caparaó, Minas Gerais; e Trechona sp. 3 - um macho e um jovem, de Cotia e Santo André, ambas as localidades no estado de São Paulo. Uma chave para a identificação das espécies é incluída. |