Caracterização hidroambiental e sociocultural da bacia hidrográfica do Riozinho do Rôla, região Sudeste do Estado do Acre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Macêdo, Maria de Nazaré Costa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Doutorado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/581
Resumo: O presente estudo tem como objetivo realizar uma caracterização hidroambiental da bacia hidrográfica do Riozinho do Rôla, focado nos recursos naturais e sua relação com a dinâmica dos cursos d água. Adicionalmente procurou-se entender o processo de construção da identidade social da população local, sua relação com o rio e a floresta, as condições socioculturais e analisar a dinâmica da precipitação pluviométrica na bacia utilizando-se os métodos Aritmético e de Thiessen. A coleta de dados foi realizada durante os anos de 2007 e 2008, ocasião em que foram realizadas entrevistas com moradores residentes na região há pelo menos 30 anos. Neste processo buscou-se registrar as várias narrativas, com a finalidade de obter informações captadas pela memória dos moradores relativa as condições socioculturais e ambientais da bacia. Para caracterizar a geomorfologia, vegetação e hidrologia, efetuou-se levantamento de literatura em conjunto com a base de dados cartográfica do Zoneamento Ecológico Econômico do Acre. De maneira a entender o modelo de ocorrência dos solos e ambientes da área, realizou-se estudo expedito na região em que amostras de solo foram coletadas e submetidas a análises físicas e químicas de rotina de laboratório. A fisiografia da área foi estudada a partir de parâmetros morfométricos da bacia, tais como fator de forma, coeficiente de compacidade, índice de circularidade, densidade de drenagem, sinuosidade dos canais, declividade e altitude. Em locais previamente selecionados da bacia foram instalados 14 pluviômetros. Nestes a coleta de dados foi realizada de forma voluntária pelos moradores da região, que foram instruídos no momento da instalação dos pluviômetros de como deveriam proceder para medir e registrar o volume de chuva. Além disso, de modo delimitar e calcular a área dos polígonos de Thiessen fez-se uso do software ArcGis 9.2 e, em ambiente Excel, foram calculadas as médias aritmética e de Thiessen. A partir da base de dados da Agência Nacional de Água (ANA), estimou-se precipitação pluviométrica média e a vazão da bacia para o período de 1998 a 2005. Os resultados obtidos mostram que a ocupação da bacia teve distintos períodos no Acre. No primeiro momento a borracha foi o principal motor desse processo, no entanto, com o passar do tempo, em razão da busca pela sobrevivência, novos grupos surgiram, a exemplo dos marreteiros, que configuraram novas relações e consolidaram novas estratégicas de sobrevivência. Quanto à morfometria, os resultados indicam tratar-se de uma bacia de natureza alongada, com precipitação menos concentrada e não suscetível a enchentes. O baixo valor encontrado para densidade de drenagem de 0,93 km/km2 sugere estar relacionado com a gênese dos solos da região, em sua maioria, de natureza pelítica, pouco profundos, de argila de atividade alta. Estes fatores dificultam a formação de novos canais, resultando em rios de natureza intermitente. Os valores encontrados para a precipitação média anual foram de 1.428 mm pelo método aritmético e de 1.450 mm pelo método de Thiessen. Associado a precipitação, a vazão atinge picos de 1.276,9 m³/s em período de cheia do rio e 4,1 m³/s em períodos com menor pluviosidade. Este comportamento sugere estar associado à baixa permeabilidade dos solos, a sazonalidade das chuvas e a intensificação do desmatamento no interior da bacia.