Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Fernandino, Sophia Sol Garcia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://locus.ufv.br//handle/123456789/27433
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Resumo: |
Os acordos particulares em relação ao uso de agrotóxicos, principal pilar do agronegócio brasileiro, geram impactos à saúde integral de mulheres rurais que não os aplicam. A partir da década de 70, o Brasil passou a usar agrotóxicos em larga escala, quando estes foram incluídos nos financiamentos agrícolas. Desde então, diversas políticas têm impulsionado a crescente produção agrícola no país e o modelo de desenvolvimento cada vez mais dependente de agrotóxicos. Diante do uso intensivo, a saúde das pessoas (produtores, trabalhadores, consumidores) fica prejudicada, com risco potencial de contaminação principalmente nos homens, pois são eles os mais intoxicados pela exposição ocupacional. Porém, as mulheres que não aplicam agrotóxicos não estão livres da exposição, como em momentos da lavagem de roupas contaminadas, por morar perto dos locais de aplicação ou quando os resíduos de agrotóxicos são transportados para casa nos calçados, roupas e na própria pele do aplicador. Estudos apresentaram associação entre exposição a agrotóxicos e malefícios à saúde da mulher – predisposição ao câncer de mama, de tireoide e de ovário, Doença Renal, Diabetes, Síndrome do Ovário Policístico, endometriose, degeneração na retina, entre outros. Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi avaliar os agravos à saúde integral de mulheres rurais conforme situação de exposição aos agrotóxicos. Foi um estudo transversal, sendo os sujeitos da pesquisa 37 mulheres que residem no setor rural, de uma cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, que não aplicam agrotóxicos, mas que possuem contato domiciliar ou não dependendo da situação de exposição. Foram aferidas medidas antropométricas, avaliação da composição corporal pelo DEXA, exames bioquímicos relacionados à contaminação com agrotóxicos e à saúde geral e avaliação conjunta de dados das condições de saúde atual, pregressa e familiar, bem como práticas cotidianas que são consideradas possíveis formas de contaminação por agrotóxicos. A situação de exposição aos agrotóxicos e o tempo que as mulheres estiveram em contato residencial com essas substâncias não permitem a inferência direta, de causa-efeito, mas algumas relações foram encontradas, como a função de lavagem de roupas contaminadas pela maioria das mulheres que se caracteriza como exposição direta, excesso de peso na maioria delas e alterações bioquímicas que sugerem hipóteses em relação à situação de exposição pregressa ou atual. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa e todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O retorno foi dado a todos participantes da pesquisa, de forma individual quanto à avaliação do estado nutricional, dosagens bioquímicas e da composição corporal, além de oficinas para harmonizar a saúde de forma integral. Mais estudos que contemplem a situação de invisibilidade das mulheres rurais expostas aos agrotóxicos são necessários para ampliar a discussão incipiente sobre a temática. |