Doses e vias de aplicação de cloprostenol sódico para sincronização de estro em receptoras de embrião bovino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Gioso, Marilu Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de
Mestrado em Medicina Veterinária
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/5209
Resumo: Este trabalho teve como objetivo a administração de um agente luteolítico (Cloprostenol Sódico-Ciosin®) em diferentes doses e vias, para avaliar as taxas de sincronização, intervalo da aplicação ao estro, concentrações de progesterona sérica (P4) e taxas de gestação de embriões transferidos à fresco em receptoras de embrião bovino. Ainda, órgãos genitais de fêmeas bovinas foram coletados em matadouros para o estudo da angioarquitetura, por meio de infusões venosas de contrastes radiográficos. Foram utilizadas 199 receptoras mestiças Holandês-Zebu com escore corporal &#8805; 3,0 numa escala de 1 a 5 e peso vivo entre 320-450 kg. Um total de 103 animais apresentavam histórico de estro anterior aos tratamentos (entre os dias 7-16 do ciclo estral; estro= dia zero) e 96 não apresentavam histórico, apenas selecionados pela palpação transretal para a presença de CL característico em um dos ovários. Os animais foram divididos ao acaso em três grupos experimentais. No Tratamento 1: 68 animais (38 com histórico de estro anterior) receberam 1 mL de Cloprostenol na parede interna da vulva (IVSM). Tratamento 2: 66 animais (33 com histórico) receberam 1 mL de Cloprostenol via intramuscular (IM) e no Tratamento 3: 65 animais (32 com histórico) receberam 2 mL de Cloprostenol via IM. Considerou-se o reflexo de imobilidade como indicativo do estro e somente foram considerados para os estudos os animais que manifestaram estro até 96 horas após a aplicação. As médias das concentrações de Progesterona Séricas (P4) foram analisadas por RIA no momento anterior à aplicação da droga e 48 horas após. Não houve diferença na taxa de sincronização (P>0,05) entre os três tratamentos (72,1%, 53,0% e 64,6% respectivamente), quando apenas os animais com histórico foram avaliados (76,3%, 60,6% e 68,8%, respectivamente) e quando os animais sem histórico foram avaliados (66,7%, 45,5% e 60,6%, respectivamente). O intervalo de resposta ao estro foi semelhante (p>0,05) entre os três tratamentos (69,3± 15,2; 67,9± 16,7; 68,3± 16,9 horas, respectivamente), mas apresentaram diferenças (p<0,05) quando os animais com histórico foram divididos em classes luteais, nas quais os animais pertencentes aos dias 11-13 do ciclo estral apresentaram intervalos maiores (75,3 ± 13,3 horas) de resposta ao estro, em relação aos animais dos dias 7-10 do ciclo (63,6 ± 18,3 horas) e os animais dos dias 14-16 (61,1 ± 11,3 horas). Mas a taxa de sincronização foi semelhante entre as três classes luteais (P>0,05). Em relação à taxa de gestação não houve diferenças (P>0,05) nos três tratamentos (45,5%, 50,0% e 55,0% respectivamente). Quanto a P4, a queda percentual dos valores de progesterona após 48 horas da aplicação foram semelhantes (p>0,05) nos três tratamentos (79%; 68% e 83%, respectivamente). Em relação à angioarquitetura dos órgãos genitais, foi observado por meio de lâminas radiográficas, que a veia vaginal caudal drena a parede da vagina e apresenta anastomoses com os vasos provenientes da cérvix, corpo e cornos uterinos. Este presente estudo demonstrou que receptoras bovinas com e/ou sem histórico de estro anterior, quando sincronizadas com Cloprostenol Sódico em doses reduzidas (50% da convencional), tanto pelas vias IM ou IVSM apresentam taxas de sincronização, intervalos de resposta ao estro, queda das concentrações de progesterona e taxas de gestação semelhantes. As variações nos intervalos de resposta ao estro são influenciadas pela fase de diestro em que o animal se encontra no momento do tratamento e não pela rota ou dose de administração de um agente luteolítico. Sugere-se ainda que parte da dosagem de agentes luteolíticos administrados via IVSM pode ser transportada diretamente ao útero e, por conseguinte ao ovário por uma rota local sem passar pela circulação sistêmica.