Desempenho e exigências de energia, proteína e minerais de bovinos de corte em pastejo, submetidos a diferentes estratégias de suplementação
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul Doutorado em Zootecnia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1722 |
Resumo: | Esta tese foi elaborada a partir de quatro experimentos que objetivaram avaliar os efeitos de diferentes estratégias de suplementação sobre o desempenho produtivo e as características nutricionais de bovinos de corte suplementados durante os períodos da seca, águas e transição águas/seca em pastagens de Brachiaria decumbens; e estimar a composição corporal e as exigências de energia, proteína e macrominerais de bovinos de corte sob pastejo durante o período das águas e transição águas/seca. No Experimento 1 (Período da seca), foram utilizados 25 bezerros anelorados não-castrados com idade e pesos médios iniciais, respectivamente, de 7,5 meses e 194,5 kg para avaliar o desempenho, e cinco novilhos mestiços Zebu x Holandês não-castrados, com peso médio inicial de 290 kg, fistulados no esôfago e rúmen para avaliação das características nutricionais. As estratégias de suplementação estudadas foram: suplemento de autocontrole de consumo (AC) e suplementação infreqüente ofertados em quantidades equivalentes a 1,0 kg/dia. As freqüências estudadas foram: três vezes/semana (segunda, quarta e sexta - 3X), cinco vezes/semana (segunda a sexta - 5X), seis vezes/semana (segunda a sábado - 6X) e diariamente (7X). Não houve efeito (P>0,10) dos tratamentos sobre os consumos expressos em kg/dia ou % PV. Observou-se efeito significativo da estratégia de suplementação (P<0,10) para a digestibilidade aparente total da MS e ruminal da PB, sendo maiores nos animais que consumiram o suplemento tipo AC. As concentrações de N na urina e no soro sangüíneo foram afetadas (P<0,10) pelas estratégias estudadas e foram maiores nos animais que consumiram suplemento AC. No Experimento 2 (Período das águas) para avaliar o desempenho produtivo, foram utilizados 25 novilhos anelorados nãocastrados com idade e pesos médios iniciais, respectivamente, de 10,5 meses e 222,4 kg. As estratégias de suplementação estudadas foram: suplementação mineral (SM) e suplementação protéica de autocontrole de consumo (AC) e suplementação infreqüente (0,500 g/dia). As freqüências estudadas foram: três vezes/semana (Segunda, Quarta e Sexta - 3X), cinco vezes por semana (Segunda a Sexta 5X) e diariamente (7X). O consumo diário de matéria seca (MS) de suplemento dos animais que receberam suplemento do tipo AC foi de 0,523 g, próximo ao consumo de 0,500 g preconizado durante a formulação do suplemento. Foram verificados menores ganho médios diários (GMD) e PV final para os animais que receberem apenas suplementação mineral (P<0,10) quando comparados às estratégias de suplementação protéica que não diferiram entre si (P>0,10). O GMD foi de 726,0; 891,0; 895,0; 885,0 e 892,0 g, respectivamente, para as estratégias SM, AC, 3X, 5X e 7X. No Experimento 3 (Período de transição águas/seca), para avaliar o desempenho produtivo foram utilizados 20 novilhos anelorados não-castrados com idade e pesos médios iniciais, respectivamente, de 14 meses e 311,0 kg. Para avaliar as características nutricionais, foram utilizados quatro novilhos mestiços Holandês-Zebu, não-castrados, com peso médio inicial de 367 kg, fistulados no esôfago e rúmen. As estratégias de suplementação estudadas foram: suplementação mineral (SM) e suplementação protéica de autocontrole de consumo (AC) e infreqüente (0,550g/animal). As freqüências estudadas foram: três vezes/semana (segunda, quarta e sexta - 3X) e diariamente (7X). O consumo diário de matéria seca (MS) de suplemento dos animais que receberam suplemento do tipo AC de consumo, foi de 0,598 g, próximo ao consumo de 0,550 g preconizado durante a formulação do suplemento. Foi verificado menor ganho médio diário (GMD) e PV final para os animais que receberem apenas suplementação mineral (P<0,10), quando comparados às estratégias de suplementação protéica que não diferiram entre si (P>0,10). O GMD foi de 661,40; 812,7; 811,5 e 819,2 g, respectivamente, para as estratégias SM, AC, 3X e 7X. Independente da estratégia, a suplementação protéica propiciou aumento no consumo de nutrientes e de pasto (P<0,10) tanto quando expresso em kg/dia quanto em % do peso vivo, quando comparados com a SM. O consumo médio de MS de pasto (MSP) dos animais da SM foi de 7,88 kg/dia enquanto que, nos que receberam suplementação protéica foi em média 8,17 kg/dia. Com exceção do consumo de proteína bruta (PB) (P<0,10) não foram observadas diferenças quanto ao consumo de nutrientes e de pasto (P>0,10) entre a suplementação tipo AC e a infreqüente. Quanto à digestibilidade, foram observados efeitos positivos (P<0,10) da suplementação protéica para a digestibilidade aparente total da PB, da fibra em detergente neutro e dos carboidratos não fibrosos e intestinal da PB. Não foram observados efeitos significativos entre a suplementação tipo AC e infreqüente, assim como para as freqüências estudadas (P>0,10) sobre as digestibilidades aparente total, ruminal e intestinal dos nutrientes. Não houve efeito (P>0,10) tanto da estratégia de suplementação quanto da infreqüência de suplementação sobre a concentração de nitrogênio microbiano e eficiência microbiana. Verificou-se que animais que receberam apenas suplementação mineral apresentaram menores valores (P<0,10) de balanço de compostos nitrogenados. No Experimento 4 foram estimadas as exigências de energia, proteína e macrominerais de bovinos de corte sob pastejo. Utilizaram-se 27 animais não-castrados, com peso vivo (PV) médio inicial de 311,0 kg e idade média de 14 meses. Três animais foram abatidos, após o período de adaptação, para servirem como referência para as estimativas do peso de corpo vazio (PCVZ) e da composição corporal iniciais dos animais mantidos no experimento. Dos 24 restantes, quatro foram designados ao grupo mantença com tempo de pastejo restrito para limitar o consumo de energia a nível próximo da mantença. Os 20 demais distribuídos em quatro tratamentos: mistura mineral, autocontrole e as freqüências três vezes/semana (segunda, quarta e sexta) e diariamente. A relação obtida entre o peso de corpo vazio (PCVZ) e o peso vivo (PV) dos animais referência foi utilizada para a estimativa do PCVZ inicial dos animais que permaneceram no experimento. Os conteúdos de gordura, proteína, energia e macroelementos minerais (Ca, P, Na, K e Mg) retidos no corpo dos animais foram estimados por meio de equações de regressão do logaritmo do conteúdo corporal de proteína, gordura, energia, Ca, P, Na, K ou Mg, em função do logaritmo do PCVZ. A exigência líquida de energia para mantença foi estimada como o anti-log do intercepto da equação obtida pela regressão linear entre o logaritmo da produção de calor (PC) e o consumo de energia metabolizável (CEM), assim como pelo coeficiente a da equação de regressão exponencial entre a PC e o CEM, dos animais suplementados juntamente com os não-suplemetandos e os do grupo mantença. As eficiências de utilização da energia metabolizável (EUEM) para mantença (km) e ganho de peso (kg) foram estimadas a partir da relação entre os teores de energia líquida, para mantença ou ganho, respectivamente, em função da EM da dieta. As quantidades de energia e gordura no ganho aumentaram com o aumento do PV dos animais. As exigências de energia líquida para ganho de peso de bovinos anelorados não-castrados sob pastejo podem ser obtidas pela equação: ER = 0,0617*PCVZ0,75*GDPCVZ1,056. O requisito energético diário para mantença foi de 64,00 kcal/PV0,75. A km estimada foi de 0,64 e a kg de 0,26. As exigências líquidas de proteína para ganho diminuíram com o aumento do peso vivo (PV) dos animais. A exigência líquida de proteína encontrada para um animal com PV de 250 kg foi de 153,71 g/kg GPCVZ, enquanto para um animal de 400 kg foi de 141,86 g/kg GPCVZ. Foi obtida a seguinte equação para estimativa da proteína retida (PR), em função do ganho de peso vivo em jejum (GPVJ) e da energia retida (ER): PR (g/dia) = -34,6109 + 257,956*GPVJ 17,01*ER. As exigências de proteína metabolizável para mantença e ganho de peso estimadas foram de 357,77 e 288,33 g/kg PV, respectivamente, para um bovino não-castrado de 400 kg de PV sob pastejo. Animais que consumem suplementos protéicos apresentam maiores exigências de protéica degradável no rúmen (PDR) do que animais não-suplementados, em virtude do maior consumo de nutrientes digestíveis totais (NDT). Para um animal de 400 kg de PV suplementado, as exigências de PDR e proteína não degradável no rúmen foram de 764,22 e 73,89, respectivamente, correspondendo à exigência de proteína bruta de 838,10 g/dia. As concentrações de todos os macroelementos minerais estudados, no corpo vazio e no ganho de corpo vazio, diminuíram com a elevação do peso vivo. As relações obtidas para g Ca/100g de proteína retida e g P/100 g de proteína retida foram, respectivamente, 9,18 e 4,72. A exigência dietética total de cálcio foi pouco inferior ao recomendado pelo NRC (2000), porém a de fósforo foi muito próxima. |