Estado nutricional e presença de ultraprocessados na alimentação de mães e crianças menores de dois anos atendidas na rede pública de saúde do município de Viçosa - MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Soares, Marcela Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Ciência da Nutrição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/30496
Resumo: Estudos mostram que o estado nutricional e consumo alimentar materno estão associadas às condições nutricionais e de consumo das crianças. Isso ocorre, pois o crescimento e desenvolvimento infantil são influenciados pelas condições ambientais onde as crianças estão inseridas, as quais são semelhantes às das mães. Em relação ao consumo, isso se deve ao fato da mãe ser o principal agente influenciador na formação do hábito alimentar infantil. O presente estudo teve objetivo de avaliar a condição nutricional materna e do (a) filho (a) menor de dois anos de idade atendidos na rede pública de saúde do município de Viçosa-MG. Trata-se de um estudo transversal, realizado com mães e seus filhos menores de dois anos atendidos na rede pública de saúde de Viçosa – MG. Foram aferidos peso, comprimento, perímetro cefálico e torácico das crianças e calculados os índices peso/estatura, estatura/idade, peso/idade e índice de massa corporal/idade, assim como a relação perímetro cefálico/torácico. Nas mães, aferiu-se o peso, estatura, perímetro da cintura e do quadril, posteriormente foi calculado o índice de massa corporal, relação cintura/quadril e relação cintura/estatura. A alimentação foi avaliada utilizando três recordatórios de 24 horas. A prática do aleitamento materno foi identificada por meio dos inquéritos alimentares e classificada segundo recomendação da Organização Mundial da Saúde. Os alimentos foram classificados de acordo com o grau de processamento e agrupados em lanches; massas; mucilagens; carnes ultraprocessadas; bebidas açucaradas; leites; molhos e cremes, de acordo com a similaridade na sua composição. O teste t de Student foi utilizado para comparar as médias dos parâmetros antropométricos das crianças, com o perímetro da cintura e índice de massa corporal (IMC) das mães, bem como comparar a média de UPP na alimentação das crianças com a presença de UPP na alimentação das mães e com as variáveis antropométricas, comportamentais e socioeconômicas da díade. Modelos de regressão foram propostos para verificar as variáveis que se associam aos índices antropométricos da criança (peso/estatura, estatura/idade, peso/idade e índice de massa corporal/idade), bem como aquelas que se associam ao número de alimentos ultraprocessados presentes na alimentação das crianças. Correlação de Pearson foi realizada para correlacionar as variáveis da díade. As médias do peso/estatura e índice de massa corporal/idade foram maiores em crianças filhas de mães com excesso de peso e a média do peso/idade e índice de massa corporal/idade foram maiores em crianças cujas mães tinham risco aumentado para doenças cardiometabólicas, segundo o perímetro da cintura. Na análise de regressão, o peso, estatura e perímetro da cintura das mães associaram aos índices peso/idade da criança. Já o índice de massa corporal/idade e o peso/estatura estiveram associados ao peso, índice de massa corporal e perímetro da cintura das mães. A estatura materna contribuiu para o aumento do índice estatura/idade da criança. Verificou-se semelhança entre a díade quanto à presença de UPP na alimentação. Os UPP estavam presentes na alimentação de crianças menores de seis meses, e sua frequência aumentou com o avançar da idade das crianças. A presença de ultraprocessados na alimentação das crianças correlacionou com sua idade, peso, comprimento, índices peso/idade e índice de massa corporal/idade. Verificou-se correlação entre 23 alimentos presentes na alimentação da mãe e do filho. Na análise de regressão, obteve-se que o peso da criança e as bebidas açucaradas na alimentação materna associaram ao maior número de UPP na alimentação das crianças. Existe associação entre o estado nutricional materno e o estado nutricional de seus filhos menores de dois anos, bem como relação entre a presença de UPP na alimentação de crianças menores de dois anos com seu estado nutricional e com a presença destes alimentos na alimentação materna.