Ruas do meu São Paulo: notações sensoriais e visões críticas na poética de Mário de Andrade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cunha, Bruna Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Estudos Linguisticos e Estudos Literários
Mestrado em Letras
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4877
Resumo: O presente trabalho detém-se na análise de alguns poemas de Paulicéia Desvairada (1922) e Lira Paulistana (1945) com o intuito de observar a rua enquanto local de sociabilidade do sujeito moderno. Paulicéia Desvairada foi o primeiro livro de poesia modernista publicado no Brasil. A obra marca o início do rompimento com as estruturas poéticas tradicionais, apresentando linguagem e recursos estilísticos inovadores, tais como versos livres, versos polifônicos e dissonâncias. Já em Lira Paulistana, as inovações cedem lugar a versos mais regulares, com rimas e refrãos. Nessas duas obras poéticas, distanciadas por mais de vinte anos, a cidade de São Paulo, poetizada de formas distintas, é o grande tema dos poemas. Em Paulicéia Desvairada, a cidade paulistana apresenta ainda resquícios de um passado provinciano, o eu- lírico encontra-se em meio à multidão e diante de ruas que estão passando por um processo de modernização. Na Lira Paulistana, a cidade de São Paulo já é uma metrópole, o eu-lírico sente-se ainda mais no anonimato das ruas prontamente modernas. Nesse sentido, nos propomos a analisar alguns poemas das obras Paulicéia Desvairada (1922) e Lira Paulistana (1945), observando a tensão entre o eu e a cidade , já bastante identificada pela crítica, atentos ao conceito de espaço polissensorial, espaço semantizado e aspectos históricos e sociais da cidade de São Paulo nos anos 1920 e 1940. Ao aproximarmos essas duas obras do escritor, foi possível perceber que ele problematiza as mudanças ocorridas na cidade e as consequências causadas por essas mudanças, que, para ele, dilaceram, aos poucos, as relações humanas.