Níveis de lisina digestível e relações treonina:lisina digestíveis em rações para suínos mantidos em diferentes ambientes térmicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Lima, Anderson Lazarini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul
Doutorado em Zootecnia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1815
Resumo: Este estudo foi conduzido para avaliar níveis de lisina digestível e relações treonina:lisina digestíveis para suínos em fase de crescimento, dos 15 aos 30 kg, mantidos em diferentes ambientes térmicos (22, 31 e 35 oC). Foram utilizados 420 animais, sendo 70 em cada experimento. Nos seis experimentos realizados, os animais foram distribuídos em delineamento experimental de blocos ao acaso, com cinco níveis de lisina digestível (0,945; 1,045; 1,145; 1,245 e 1,345%) ou cinco relações treonina:lisina digestível (0,53; 0,58; 0,63; 0,68; 0,73%) com sete repetições e dois animais por unidade experimental. As rações experimentais e a água foram fornecidas à vontade. Foram registradas as temperaturas e umidade relativa no interior dos galpões nos seis experimentos, que caracterizaram ambiente de conforto (22 oC) e calor (31 e 35 oC) de acordo com a proposta inicial de cada avaliação. O nível de lisina influenciou de forma linear crescente o ganho de peso diário dos animais em todos os ambientes térmicos estudados. Entretanto, nos animais mantidos a 35 e 31 oC o ganho de peso diário foi 27,26 e 7,09% menor, respectivamente, quando comparado com aqueles criados a 22 oC. O consumo diário de ração, independentemente da temperatura em que os animais foram mantidos, não foi influenciado pelos níveis de lisina digestível das rações; os valores obtidos com os animais mantidos a 35 e a 31 oC foram, em média, 19,07 e 5,46%, respectivamente, menores que os observados nos mantidos a 22oC. O consumo diário de lisina dos animais mantidos a 22, 31 e 35 oC aumentou linearmente de acordo com os níveis de lisina da ração. O consumo diário de lisina dos animais mantidos no ambiente de 22 oC foi, em média, 18,51% maior que o daqueles mantidos a 35 oC e 4,44% dos a 31 oC. Também, a conversão alimentar piorou de forma linear nos três experimentos realizados para avaliar níveis de lisina digestível. Apresentando os animais criados a 35 oC conversão alimentar 12,16% e os a 31 oC 8,99% pior que aqueles mantidos na termoneutralidade. Em todos os experimentos (níveis de lisina digestível), os níveis de lisina influenciaram a eficiência de utilização de lisina (EULG) para ganho de peso, que reduziu de forma linear, com piora de 10,80% no ambiente com temperatura mais elevada (35 oC). A deposição de gordura foi influenciada pelo nível de lisina da ração, de forma diferente de acordo com o ambiente avaliado. A 22 oC a deposição de gordura diminuiu linearmente, enquanto que a 31 oC diminuiu de forma quadrática até o nível estimado de 1,077%, e a 35 oC aumentou, também, de forma quadrática até o nível estimado de 1,173%. Os animais mantidos a 31 oC tiveram a maior deposição de gordura, 23,64% maior comparada a menor, observada nessa pesquisa. O nível de lisina digestível da ração influenciou a deposição de proteína (DP) na carcaça dos animais mantidos no ambiente com temperatura de 22 oC, que aumentou de forma quadrática até o nível estimado de 1,329%. Entretanto, nos ambientes com temperatura de 31 e 35 oC, a DP aumentou linearmente com os níveis de lisina da ração. A DP foi 26,50 e 24,08% maiores, respectivamente, a 22 e 31 oC do que a dos animais criados a 35 oC. Os animais mantidos a 35oC apresentaram, em média, aumento de 148% e os a 31 oC 44% na frequência respiratória em comparação aos mantidos no ambiente a 22oC. O estresse por calor também promoveu redução no peso da carcaça e vísceras dos animais mantidos a 31 e 35 oC. Em ambiente de 22 oC, o nível de 1,329% de lisina digestível na ração, que corresponde a um consumo diário de 15,8 g, proporciona maior deposição de proteína na carcaça de suínos em crescimento, e em ambientes de 31 e 35 ºC, o nível de 1,345% de lisina digestível na ração, que corresponde a consumo diário de 8,9 e 7,0 g, respectivamente, atende ao ganho de peso diário e a deposição de proteína na carcaça de suínos em crescimento. Levando-se em consideração os experimentos realizados para avaliar as relações treonina:lisina digestíveis verificou-se que a mesma influenciou de forma quadrática a conversão alimentar dos animais mantidos no ambiente de 23 oC melhorando até a relação estimada de 66,0%. Nenhuma outra variável de desempenho ou as deposições de gordura e proteína foram influenciadas pela relação treonina:lisina digestíveis das rações. No ambiente de 31 oC o consumo de ração dos animais aumentou de forma linear de acordo com a relação treonina:lisina digestíveis, e da mesma forma que a 21 oC foi a única variável influenciada pelos tratamentos. As relações treonina:lisina digestíveis não tiveram efeito sobre o desempenho ou deposições de gordura e proteína dos animais mantidos em ambiente de 35 oC. Avaliando-se o efeito do ambiente térmico nas variáveis de desempenho, deposições de gordura e proteína, verificou-se que em sua maioria os animais mantidos na termoneutralidade apresentaram melhores resultados para essas variáveis comparados aos desafiados por calor. Da mesma forma, verificou-se que os suínos mantidos em alta temperatura tiveram maiores temperaturas retal e frequências respiratória e consequente redução no peso das vísceras. Em suínos dos 15 aos 30 kg mantidos em ambiente a 22 oC, a relação estimada de 66,0% de treonina:lisina digestíveis na ração proporciona melhor conversão alimentar, enquanto que, em ambiente com temperatura de 31 e 35 oC, a relação 53,0% de treonina:lisina digestíveis na ração promove os melhores resultados de desempenho e deposições de proteína e gordura na carcaça.