Incorporação de ácidos graxos trans e seus efeitos em diferentes fases do crescimento de ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Lessa, Nilma Maria Vargas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2801
Resumo: O papel dos ácidos graxos trans na gênese de doença e seus mecanismos de ação têm sido objeto de estudo nos últimos anos. Evidências científicas comprovam, através de dados clínicos, epidemiológicos e experimentais, o risco do consumo de ácidos graxos trans para a saúde. Dessa forma, os apelos atuais levam a determinar a diminuição dos ácidos graxos trans nos produtos industrializados. Discussões são realizadas sobre rotulagem dos alimentos, diferentes efeitos à saúde provocados pelos ácidos graxos trans industrializados e naturais, bem como aspectos sobre a qualidade e custos para remoção desses ácidos graxos. Conhecem-se os ácidos graxos trans, produtos da hidrogenação de óleos ou da biohidrogenação de ruminantes, pelos seus efeitos aterogênicos em indivíduos adultos. Entretanto, pouco se sabe sobre seus efeitos na população materno-infantil e infanto-juvenil. Dessa forma, objetivando avaliar os efeitos do consumo de ácidos graxos trans no perfil lipídico sangüíneo e sua deposição no fígado, tecido adiposo e soro de ratos machos Wistar em três fases da vida (recém-nascidos, desmamados e adultos-jovens), foi desenhado este estudo. Para tal, foram utilizadas 40 ratas Wistar prenhas e suas crias, 20 ratos machos recém-nascidos, 20 desmamados e 20 adultos-jovens, separados em grupo controle e trans, em cada fase. As ratas prenhas e ratos adultos-jovens do grupo controle e trans receberam dieta AIN 93 com modificações. Como fonte de ácidos graxos trans foi utilizada a gordura vegetal hidrogenada, correspondente a aproximadamente 5% do valor calórico total da dieta. Após o nascimento, desmame e crescimento (fase adulto-jovem) os ratos foram submetidos à eutanásia e o tecido adiposo abdominal, fígado e soro foram extraídos. Determinou-se o perfil lipídico por cromatografia gasosa. Foram realizadas determinações no soro de: colesterol total, HDL , triglicerídeos e glicemia de jejum, bem como, análises morfométrica do fígado e determinação do índice hepatossomático. Os dados foram analisados pelos testes t de Student e análise de variância ANOVA, sendo utilizado correlações de Pearson para avaliar as relações entre ácidos graxos trans e ácidos graxos essenciais. Os resultados mostraram que no fígado e tecido adiposo os ácidos graxos trans acumularam em maior proporção nos ratos recém-desmamados, com diferença significante (P<0,05). Entretanto, esse acúmulo de ácidos graxos trans no fígado, não provocou alteração na síntese de ácidos graxos de cadeia longa, provavelmente em função do atendimento das necessidades de ácidos graxos essenciais. Houve, também, correlações negativas e significantes (P< 0,001) entre os isômeros trans e ácido graxo linoléico no tecido adiposo dos ratos recém-desmamados e adultos-jovens, e entre ácidos graxos linolênico e araquidônico no tecido adiposo dos ratos adultos-jovens. A glicemia de jejum foi maior em ratos adultos-jovens do grupo trans do que nos ratos do grupo controle (P=0,004). A análise morfométrica do fígado apresentou maior acúmulo de gordura nos ratos do grupo trans do que no grupo controle nas três fases, com diferenças significativas entre os grupos recém-nascidos e recém-desmamados (P< 0,001). O índice hepatossomático apresentou diferença significante entre os grupos, nos ratos adultos-jovens (P<0,05). Conclui-se com esses dados, que os ácidos graxos trans incorporaram no tecido adiposo, fígado e soro, de forma diferenciada nas fases analisadas e além de provocar aumento da glicemia em ratos adultos jovens houve maior acúmulo de gordura no fígado dos ratos recém-nascidos.