Aprendizagem da agonia em Os cus de Judas, de António Lobo Antunes
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Estudos Linguisticos e Estudos Literários Mestrado em Letras UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/4855 |
Resumo: | O estudo da escrita da memória no romance Os cus de Judas, do português António Lobo Antunes, publicado em 1979, insere-se numa busca de compreensão da constituição do sujeito na sociedade contemporânea. No romance estudado, um médico relata suas memórias tendo como eixo central a própria vivência nos campos de batalha no exército português. O narrador se refere à participação na Guerra Colonial como uma aprendizagem da agonia . No entanto, a aprendizagem não se efetiva como a iniciação esperada pela família, mas como uma metamorfose que leva o narrador a questionar as concepções até então tomadas como verdade em sua vida. A agonia cuja aprendizagem foi iniciada pelo narrador de Os cus de Judas na Guerra é também aprendida pelo ser humano em outras batalhas impostas pela sociedade contemporânea, em que as identidades fixas calcadas no pertencimento a coletividades promotoras de segurança e conforto estão sendo estilhaçadas. Assim, a reconfiguração da identidade nacional se desdobra na reconfiguração da identidade individual, na busca agônica pela configuração de uma resposta à pergunta: Quem sou eu? . Nesse sentido, este trabalho se propõe a estudar como é configurada a identidade do narrador-protagonista no romance contemporâneo português Os cus de Judas, apoiando-se, especialmente, nas teorizações de Paul Ricoeur acerca da escrita da memória, de Walter Benjamin sobre o narrador e de Zygmunt Bauman a respeito das condições sociais desta era chamada por ele de modernidade líquida , além da apreciação da fortuna crítica do autor e da obra. |