A aposentadoria do idoso do meio rural: implicações na administração dos recursos familiares e na qualidade de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Tavares, Vívian Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor
Mestrado em Economia Doméstica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3344
Resumo: Diante das transformações advindas do envelhecimento populacional acelerado, a figura do idoso ganha cada vez mais destaque, pois, com o aumento da expectativa de vida e da cobertura previdenciária, o idoso passa a exercer novos papéis e demandar por novos serviços. Antes visto pela sociedade em geral como dependente e incapaz, o idoso, tanto da zona rural quanto da zona urbana, está mais ativo e assumindo o papel de chefia de sua família, alterando, assim, as relações familiares e toda a economia familiar. No entanto, a maior parte das pesquisas sobre a contribuição do idoso na renda familiar refere-se aos idosos aposentados urbanos, havendo uma ausência de maiores estudos que contemplem os idosos aposentados rurais. Procurando contribuir com a diminuição dessa lacuna, o presente estudo procurou analisar a percepção dos idosos rurais aposentados, assim como de suas famílias, sobre a participação dos rendimentos dos idosos na administração dos recursos materiais e humanos da família rural; além de suas implicações na qualidade de vida do idoso e do grupo familiar. A pesquisa, ancorada na abordagem quanti-qualitativa e de natureza exploratória descritiva, foi desenvolvida em Viçosa-MG, sendo a amostra composta por 65 idosos, de ambos os sexos, moradores na zona rural, lúcidos e aposentados pelo INSS; e, por 65 familiares, sendo cada familiar referente a1 idoso. A amostra foi selecionada aleatoriamente, por meio da técnica de sorteio, e a partir do cadastro dos aposentados rurais do INSS e de alguns critérios estabelecidos. Para a realização da coleta de dados, foram combinadas diferentes técnicas, a saber: teste de memória; os questionários World Health Organization Quality of Life Instrument Bref (WHOQOL-Bref) e World Health Organization Quality of Life Instrument for Older Persons (módulo WHOQOL-OLD), da Organização Mundial de Saúde (OMS), bem como entrevistas semiestruturadas e notas de campo. O tratamento dos dados quantitativos foi feito utilizando-se a estatística descritiva por meio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) - Versão 13.0, e os dados qualitativos, fundamentado na análise de conteúdo. Os resultados mostraram a importância imprescindível da renda do idoso rural aposentado na economia familiar, pois, em 80% dos casos, o idoso contribuía com pelo menos 50% da renda familiar e, sem a renda do idoso, esta renda seria reduzida em 78,78%, em média. Constatou-se que existe uma situação de dependência familiar dos recursos econômicos dos idosos aposentados, principalmente por parte de seus filhos e netos que, por problemas econômicos e familiares, como desemprego, baixa remuneração, gravidez não planejada, divórcio e outros eventos, estabelecem relações de dependências com seus idosos aposentados, independente ou não de coabitarem com os mesmos. Com relação à avaliação da qualidade de vida dos idosos, por meio dos resultados dos instrumentos WHOQOL-Bref e WHOQOL-Old, verificou-se que os idosos rurais aposentados não possuem baixa qualidade de vida. Conclui-se que a aposentadoria provoca alterações significativas tanto na vida dos idosos rurais como de suas famílias, que enxergam no benefício social dos idosos, condições de subsistência e de melhores condições de vida. Percebe-se a necessidade de novos estudos e políticas sociais voltadas para as famílias desses idosos, que, após a perda desses familiares ficam em situação de extrema pobreza e, porque não dizer, de abandono.