O banco de sementes do solo e a regeneração natural em diferentes estádios sucessionais de Floresta Estacional Semidecidual e de pastagem abandonada, Reserva Mata do Paraíso, Viçosa, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Kunz, Sustanis Horn
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Doutorado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/561
Resumo: Conhecer a resiliência de florestas fragmentadas e circundadas por áreas de pastagens por meio do estudo do banco de sementes do solo e da regeneração natural é importante ferramenta para definir ações de manejo e de restauração ecológica, no intuito de preservar o ecossistema ou acelerar o processo de sucessão. Um dos mais importantes fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual na região de Viçosa, MG, é dotado de áreas com diferentes estádios sucessionais e área de pastagem em processo de regeneração, mas pouco se conhece sobre as relações florísticas da regeneração natural e do banco de sementes entre tais áreas e a resposta destes compartimentos do ecossistema no processo de sucessão. Deste modo, este estudo teve como objetivo avaliar a estrutura e a composição de espécies arbustivo-arbóreas do estrato de regeneração natural de três áreas com diferentes históricos de perturbação e de clareiras, além de conhecer a composição do banco de sementes do solo, a fim de avaliar a resiliência de cada trecho sucessional e assim melhor definir as ações de restauração florestal. Para análise da estrutura fitossociológica foram alocadas 10 parcelas de 5x10 m na floresta inicial (FI), floresta madura (FM) e pastagem abandonada (PAS), sendo amostrados todos os indivíduos com altura ≥ 50 cm e diâmetro a altura do solo ≤ 5 cm (DAS). Em dez clareiras presentes na área de floresta madura foram amostrados todos os indivíduos com altura >1,00 m e diâmetro à 1,30 m do solo (DAP) inferior a 5,00 cm. Foi realizada Análise de Correspondência Destendenciada (DCA) e análise de espécies indicadoras para os trechos de floresta madura, floresta inicial e pastagem. A similaridade florística entre as clareiras, FM e FI foi calculada por meio do índice de Jaccard. Para análise do banco de sementes do solo, foram coletadas 30 amostras de solo na estação chuvosa e seca nos trechos de FI, FM e PAS, sendo adotado o método de emergência de plântulas para estimar a abundância e a riqueza de espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas. A estrutura da regeneração natural da floresta inicial e da pastagem seguiu o mesmo padrão, com uma espécie apresentando mais da metade do Valor de Importância (VI), devido principalmente a alta densidade. Já o trecho de floresta madura e as clareiras apresentam estrutura mais equilibrada, pois não foi observada forte dominância por uma espécie, embora Coffea arabica L. tenha se destacado em VI. As três áreas apresentam-se distintas em termos de composição de espécies, sugerindo que ainda não está havendo um direcionamento da sucessão das áreas de floresta inicial e de pastagem para floresta madura. Além disso, as espécies indicadoras demonstram que cada trecho ainda mantém características de acordo com o estádio sucessional que se encontram, sendo necessárias intervenções para acelerar o processo de sucessão. A análise da similaridade florística permitiu identificar alta heterogeneidade florística entre as clareiras e os trechos de floresta, sugerindo que a comunidade da regeneração natural em clareiras apresenta sua própria flora regenerante. O número de indivíduos germinados no banco de sementes foi significativamente maior na floresta inicial na estação chuvosa (15.954 ind.) e na seca (4.755 ind.), seguido da pastagem (chuva= 8.941 ind.; seca= 2.367 ind.) e da floresta madura (chuva= 2.546 ind.; seca= 932 ind.). Já a riqueza apresentou diferença significativa apenas entre os trechos, sendo maior na área de pastagem (80 espécies), seguida da floresta inicial (75) e da floresta madura (72), não havendo diferença significativa entre as estações. A maioria das espécies é herbácea, correspondendo a 49,5% do total de espécies e 41,8% do número total de indivíduos. Os resultados sugerem que as espécies do trecho de floresta madura apresenta alto potencial para ser utilizado em programas de restauração e indicam alta resiliência da área frente a algum distúrbio. Na floresta inicial, a alta abundância de gramíneas e os elevados valores de densidade para Psychotria sessilis Vell. podem comprometer o atual estado de resiliência da área, não sendo indicada para ações de restauração. Já a área de pastagem, por apresentar elevada densidade de herbáceas, necessita de monitoramento e de ações de manejo para acelerar o processo de sucessão, uma vez que apenas o banco de sementes não garantirá a sucessão e nem mesmo a resiliência local.