Avaliação do risco cardiovascular de indivíduos com diagnóstico de hipertensão arterial acompanhados pela atenção primária à saúde: análise e estratificação pelo escore de risco HEARTS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Sena, Ana Luiza Sobreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Ciência da Nutrição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br/handle/123456789/32793
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.275
Resumo: Introdução: as doenças cardiovasculares (DCV) configuram a principal causa de morte no mundo. Está bem estabelecida a relação entre o aumento da pressão arterial (PA) e o risco de DCV. Quantificar o risco cardiovascular (RCV) de indivíduos com diagnóstico de Hipertensão Arterial (HA) é essencial e pode nortear estratégias preventivas e de tratamento. Não há, no entanto, modelos de estimativa de risco, já validados, com dados populacionais brasileiros, o que os torna menos precisos na avaliação do RCV em nossa população. A iniciativa HEARTS propõe o uso de uma nova calculadora considerando dados de estimativa populacional brasileira, principalmente para uso no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). Objetivos: avaliar o RCV dos indivíduos com diagnóstico de HA acompanhados pela APS da microrregião de saúde Viçosa – MG, por meio da calculadora de risco HEARTS. Métodos: trata-se de um estudo individual, observacional, transversal, realizado com indivíduos com diagnóstico de HA, cadastrados e acompanhados pela APS, da microrregião de saúde de Viçosa, MG. A coleta dos dados se deu por meio de: aplicações de questionários semiestruturados contendo questões sobre variáveis sociodemográficas, de hábitos de vida, cuidados de saúde; exames laboratoriais, avaliação antropométrica e avaliação clínica. Todas as análises foram realizadas utilizando o Software SPSS versão 21. Para verificar as associações entre as variáveis categóricas foi utilizado o teste quiquadrado de Pearson. A partir da classificação dos indivíduos conforme o risco cardiovascular em baixo, moderado, alto ou muito alto, avaliou-se a associação com o nível pressórico encontrado e com os fatores de risco obesidade e inatividade física. Para todos os testes foi fixado o nível de significância de 5%. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sob número de parecer 2.459.555. Resultados: Foram incluídos 259 indivíduos com diagnóstico de HA; o RCV estratificado pelo escore de risco cardíaco HEARTS, identificou 14,3% dos indivíduos como baixo risco, 28,2% moderado risco, 48,3% alto risco e 9,3% muito alto RCV. Avaliando os níveis pressóricos e correlacionando com o RCV apenas 23,6% alcançava a meta proposta pela diretriz brasileira de HA. A prevalência de obesidade, após análise pelo IMC, foi 44% e de acordo com a classificação do IPAQ observou-se que 45 % dos indivíduos eram ativos/inativos fisicamente. Houve associação de obesidade com a elevação do RCV, sendo demonstrado que 54,5% dos indivíduos portadores de HAS e obesidade tinham alto RCV. A inatividade física também foi um fator de risco com associação com o alto RCV, tendo sua prevalência com aumento proporcional à elevação do RCV. Conclusões: Esse estudo evidenciou que há um elevado percentual dos indivíduos portadores de HA com alto RCV. A obesidade e inatividade física foram fatores de risco prevalentes nos participantes do estudo e estiveram associados ao alto RCV. Os resultados ratificam a necessidade de controle pressórico mais intensivo e ressaltam a importância de políticas que estimulem modos mais saudáveis de vida, com redução de obesidade e sedentarismo, principalmente quando inseridas no contexto de ações de promoção da saúde. Palavras Chave: Hipertensão Arterial, Risco Cardiovascular, Atenção Primária à Saúde, Iniciativa HEARTS, Obesidade, Inatividade física