Metamorfose no ventrículo de abelha: reconstrução por mitose ou diferenciação celular?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Martins, Gustavo Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9967
Resumo: O tubo digestivo dos insetos pode ser dividido em intestino anterior, intestino médio ou ventrículo e intestino posterior, sendo o ventrículo de origem endodérmica e os intestinos anterior e posterior de origem ectodérmica. No ventrículo ocorre a secreção de enzimas digestivas e a absorção dos nutrientes. Os principais tipos celulares encontrados no ventrículo são as células digestivas, que secretam enzimas e absorvem nutrientes e as células regenerativas, que se diferenciam e originam os demais tipos celulares do epitélio do ventrículo. Durante a metamorfose das abelhas, o epitélio do ventrículo é substituído, e esta substituição ocorre às custas da diferenciação das células regenerativas larvais. O presente trabalho busca investigar as modificações ocorridas no epitélio do ventrículo da abelha Melipona quadrifasciata anthidioides durante o desenvolvimento pós-embrionário e se existe proliferação das células regenerativas durante a metamorfose do ventrículo, utilizando-se técnicas anatômicas, de imunofluorescência e imunoperoxidase com anticorpo anti BrdU. Foram analisadas larvas de diferentes idades, pré-pupas, pupas de operárias em diferentes fases de desenvolvimento: pupas de olhos brancos, olhos marrons, olhos pretos e operárias adultas. Os resultados revelaram que na larva ocorre proliferação de células regenerativas, o que pode ser comprovado pela observação de metáfases, culminando com o aumento do número de células regenerativas por ninho. Com o envelhecimento da larva o número e o tamanho dos ninhos de células regenerativas aumentam. A substituição do epitélio larval pelo epitélio do adulto ocorre a partir do segundo dia após o inicio da defecação. Neste período os ninhos de células regenerativas estão em contato, formando uma espécie de rede, lembrando um sincício pelo fato de não ter sido observado o limite celular. Concomintante à degeneração das células digestivas larvais ocorre a diferenciação das células regenerativas, formando as células digestivas do adulto. Células regenerativas BrdU positivas são observadas somente na fase de pré-pupa, 12 h após a injeção de BrdU, indicando que é durante esta fase que a população de células regenerativas aumenta. Pode-se entender a proliferação das células regenerativas como um processo compensatório, que repõe as células regenerativas que se diferenciam durante a metamorfose do ventrículo. Parece que a existência de proliferação de células regenerativas culmina no aumento da população de células regenerativas e não na formação de novas células digestivas. A hipótese de que células digestivas dos adultos se originam através da proliferação e posterior diferenciação das células regenerativas durante a metamorfose do ventrículo de M. quadrifasciata anthidioides pode ser rejeitada porque a proliferação das células regenerativas durante a pupação não seria suficiente para restabelecer os ninhos de células regenerativas e ao mesmo tempo formar novas células digestivas e pelo fato de que a população de células regenerativas existente durante o processo de defecação parece ser suficiente para promover a renovação do epitélio do ventrículo durante a metamorfose.