Dinâmica da regeneração natural de espécies arbóreas e arbustivas no sub-bosque de povoamento de Mimosa scabrella Bentham, em área minerada, em Poços de Caldas-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Nappo, Mauro Eloi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Doutorado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/609
Resumo: Como estratégia de reabilitação de área minerada a ALCOA Alumínio S.A. realizou, no ano agrícola 1982/1983, hidrossemeadura de gramíneas e leguminosa e o plantio puro de Mimosa scabrella Bentham, na área do Retiro-Branco. Em 1997 foi implantado um conjunto de 19 parcelas permanentes de 50m2 nesta área, para caracterização inicial do processo de regeneração natural, tendo sido testada a suficiência amostral e do tamanho das parcelas do inventário. Em 2000, foi realizado o segundo inventário nas parcelas, para caracterização do processo de dinâmica da regeneração natural que é o objeto deste trabalho. O processo de dinâmica da regeneração natural foi caracterizado mediante análises quantitativas e qualitativas, da composição florística, da estrutura horizontal e vertical, da distribuição diamétrica, e por análise de gradientes ambientais em relação a fatores edáficos e de abertura de dossel. Os estudos demonstraram que o monitoramento mediante inventário florestal contínuo, com parcelas permanentes setorizadas, é uma ferramenta viável para avaliações da dinâmica da regeneração natural, rumo a compreensão dos caminhos da sucessão. Foi caracterizado o processo de estratificação da regeneração natural, onde as espécies pioneiras e clímax são as principais componentes do estrato inferior e as secundárias as principais componentes do estrato superior. O povoamento florestal do Retiro-Branco está sobre intensa atividade de estruturação, caracterizando o estágio inicial do processo de sucessão. O declínio do povoamento puro de Mimosa escabrella, está modificando a ordem anteriormente estabelecida para o processo de sucessão da área, provocando a diversificação de condições de sítio, e assim, selecionando a ocupação dos mesmos em função dos grupos ecológicos, sendo as espécies pioneiras as mais favorecidas. As espécies secundárias, são as de maior dominância nas maiores classes de altura e de diâmetro, sendo as principais responsáveis pela edificação do estrato superior, em especial, a espécie Miconia sellowiana. As espécies que apresentaram melhor desempenho na colonização e estruturação da regeneração natural do Retiro-Branco, nos dois inventários, foram Miconia sellowiana, Psychotria sessilis, Leandra melastomoides, Clethra scabra, Myrsine umbellata, Miconia pepericarpa, Tibouchina candolleana, Cordia suberba, Cestrum amictum, Alchornea triplinervia, Casearia sylvestris, Blepharocalyx salicifolius, Myrcia rostrata e Schinus terebinthifolius, sendo indicadas como espécies para uso nos programas de reabilitação de áreas mineradas em condições semelhantes, sobre a estratégia sucessional. A prognose da distribuição diamétrica, realizada mediante o emprego de matriz de transição, foi uma ferramenta de fácil implementação e que permitiu prever o caminho do processo de sucessão para o povoamento todo e para os grupos ecológicos de espécies, ampliando o entendimento dos mecanismos que regem o comportamento interno da sucessão. O uso conjunto das ferramentas de dinâmica da composição florística, análise de estrutura vertical, horizontal e de distribuição diamétrica, correlacionadas com variáveis ambientais se mostrou eficiente para o entendimento do comportamento do processo de sucessão em nível de espécies e grupos ecológicos, sendo útil para a seleção de espécies e de estratégias para reabilitação de áreas degradadas.