Uso da própolis e do ácido ascórbico na criopreservação do sêmen caprino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Castilho, Erick Fonseca de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de
Mestrado em Medicina Veterinária
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4953
Resumo: Os objetivos deste estudo foram verificar se a própolis e o ácido ascórbico têm efeito sobre a integridade da membrana plasmática dos espermatozóides de caprinos, bem como, investigar o potencial destes antioxidantes no uso de meios diluidores de criopreservação de sêmen caprino. Foram utilizados cinco bodes adultos das raças Alpina (n = 2) e Saanen (n = 3). Para as coletas de sêmen, utilizou-se a vagina artificial, onde se obteve cinco ejaculados por animal. Após a coleta, fez-se o exame físico do sêmen e morfológico dos espermatozóides, teste supravital e teste hiposmótico. Em seguida, o sêmen in natura foi diluído, homogeneizado, dividido em cinco alíquotas iguais e centrifugados. O sobrenadante foi desprezado e cada pellet de espermatozóides foi ressuspendido com diluente, de acordo com os tratamentos: T1 (BIOXCELL® - CONTROLE); T2 (BIOXCELL® + 0,25% de extrato liofilizado de própolis); T3 (BIOXCELL® + 0,5% de extrato liofilizado de própolis); T4 (BIOXCELL® + 0,05% de ácido ascórbico; e T5 (BIOXCELL® + 0,25% de ácido ascórbico). Após as diluições finais, foram avaliados a motilidade e o vigor espermático de cada tratamento, e posterior envase. As palhetas foram resfriadas a 4 - 5 ºC, durante 35 minutos em refil de plástico contendo álcool metílico, e posteriormente, 25 minutos fora do mesmo. O pré-congelamento foi realizado em vapor de nitrogênio líquido, durante 14 minutos. Após esse período, as palhetas foram imersas no nitrogênio para o congelamento final do sêmen. As doses foram descongeladas em banho-maria a 37 °C por 30 segundos, e acondicionadas em tubos plásticos de 1,5 mL e homogeneizados para análise imediata de motilidade e vigor espermático, teste supravital, teste hiposmótico e teste de termo-resistência. No sêmen in natura, os aspectos físicos e morfológicos, teste supravital e teste hiposmótico não diferiram (P>0,05) entre os animais e entre raças. Não houve correlação do aspecto e do turbilhonamento com as demais variáveis. Houve correlação média e negativa (r= -0,46) entre o volume e o teste hiposmótico. A motilidade espermática apresentou correlação média e positiva com vigor (r = 0,52) e o teste supravital (r = 0,55). Houve correlação alta e positiva (r = 0,73 e 0, 69) entre defeitos espermáticos maiores e menores com os defeitos totais. Houve relação média e negativa (r = -0,40) entre os defeitos espermáticos maiores e o teste hiposmótico, não sendo observado com os defeitos menores. Não houve diferença (P>0,05) entre as médias da motilidade espermática do sêmen diluído (pré- resfriamento), em todos os tratamentos, porém, as médias do vigor espermático do sêmen diluído apresentaram diferença (P<0,05) entre os tratamentos, onde o T1 e T3 foram diferentes do T4 e iguais aos T2 e T5. As médias gerais da motilidade e do vigor espermático nos tratamentos logo após o descongelamento e após três horas de TTR diferiram entre si (P<0,05), onde T4, T5 e T1 foram similares e superiores aos T2 e T3. Os valores médios gerais observados no teste supravital e no teste hiposmótico pós- descongelamento diferiram (P<0,05) entre os tratamentos, em que T4, T5 e T1 foram similares e superiores ao T2 e ao T3. Os valores obtidos no teste supravital apresentaram correlação alta e positiva com a motilidade espermática, em todos os tratamentos. Nos T1, T4 e T5 houve correlação alta e positiva (r = 0,63; r = 0,64; r = 0,71; respectivamente) entre os valores registrados nos testes supravital e hiposmótico. Os valores observados no teste hiposmótico e a motilidade espermática apresentaram correlação alta e positiva nos T1 (r = 0,78) e T5 (r = 0,65) e correlação média e positiva no T4 (r = 0,44). Tanto no momento do descongelamento (0 hora) quanto ao final do TTR (3 horas), o teste supravital e a motilidade espermática do sêmen in natura não apresentaram correlação com as motilidades espermáticas dos tratamentos deste estudo. Porém, no momento do descongelamento, os valores médios observados no teste hiposmótico do sêmen in natura apresentaram correlação média e positiva com a motilidade espermática do T1 e T2, e correlação alta e positiva com a motilidade espermática do T5. Da mesma forma, às 3 horas de TTR, verificou-se correlação média e positiva com a motilidade espermática do T1, T4 e T5. Concluiu-se que: o ácido ascórbico manteve a integridade estrutural da membrana dos espermatozóides durante o processo de criopreservação, bem como sua viabilidade após o teste de termo-resistência, podendo ser uma alternativa na composição de diluentes para criopreservação de sêmen caprino; a própolis não se mostrou eficaz na manutenção da integridade e viabilidade espermática pós-descongelamento, mostrando ser tóxica aos espermatozóides nas concentrações de 0,25 e 0,5 %; o teste hiposmótico realizado no sêmen in natura se mostrou eficaz em predizer a congelabilidade da amostra de sêmen, bem como, sua viabiliadade ao final do teste de termo-resistência de três horas.