Avaliação clínica e laboratorial em éguas Mangalarga Marchador durante o período de transição mantidas à pasto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Micheline Ozana da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/18690
Resumo: O período de transição em éguas compreende o final da gestação, parto e início da lactação. Nesta fase as adaptações no organismo da égua são intensas e estão associadas com um estado metabólico alterado quando comparado com o período não-gestacional. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do período de transição sobre parâmetros clínicos e laboratoriais em éguas da raça Mangalarga Marchador. Foram utilizadas 48 éguas, distribuídas em dois grupos: O grupo em manutenção (GM), formado por éguas não prenhes, e um grupo experimental, chamado de grupo de transição (GT), composto por éguas gestantes e que após o parto passaram a ser lactantes. As avaliações foram realizadas nos seguintes tempos: T-60 (sessenta dias antes do parto), T-30 (trinta dias antes do parto), T-15 (quinze dias antes do parto), T0 (primeiras seis horas após o parto), T+15 (quinze dias após o parto), T+30 (trinta dias após o parto) e T+60 (sessenta dias após o parto). As éguas do GM foram avaliadas apenas no T-60. Todos os animais foram submetidos a avaliações clínicas: peso corporal, temperatura retal, coloração da mucosa, tempo de enchimento capilar, porcentagem de gordura e massa livre de gordura, exceto durante o parto; análises hematológicas: eritrograma, leucograma (total e diferencial) e contagem de plaquetas; e as análises bioquímicas: proteína sérica, albumina, globulina, ferro, fibrinogênio, colesterol total, triglicerídeos, ácidos graxos não-esterificados, glicose, lactato, cálcio total, fósforo, magnésio, sódio, potássio, cloreto, ácido úrico, creatinina, ureia, gamaglutamiltransferase, aspartatoamiltransferase, fosfatase alcalina e creatina quinase. Os resultados foram submetidos a tratamento estatístico que demonstrou maior temperatura retal nos tempos T+15, T+30 e T+60 do que nos T-60, T-30 e T-15. O peso corporal e a massa livre de gordura diferiu (P < 0,05) entre as éguas em manutenção e as do período de transição. No GT houve uma redução progressiva de ambas as variáveis (P < 0,05). A porcentagem de gordura foi menor nas éguas em manutenção. Houve diferença entre os grupos (P < 0,05) na quantidade de colesterol, triglicerídeos, ácidos graxos não-esterificados, glicose e lactato. O GT apresentou menor (P < 0,05) concentração de hemácias, hematócritos e hemoglobina do que no GM. O GM apresentou menores valores de volume corpuscular médio e de distribuição do diâmetro das hemácias com coeficiente de variação e maiores valores da concentração de hemoglobina corpuscular média. Não ocorreu diferença (P > 0,05) nos valores de hemoglobina corpuscular média, leucócitos global, neutrófilos segmentados e bastonetes, e ferro. As plaquetas diferiram apenas no GT (T-60) e as globulinas no GT (T0 e T+15). Houve diferença entre grupos (P < 0,05) nos valores de monócitos, eosinófilos, linfócitos, proteínas totais, fibrinogênio e albumina. Houve diferença (P < 0,05) entre os grupos GM e GT e entre os tempos avaliados nas quantidades de cálcio, magnésio, sódio, potássio, creatinina, ureia, fosfatase alcalina e creatina quinase. Já o cloreto e o fósforo não diferiram (P > 0,05) entre as éguas em manutenção e as em transição, assim como as concentrações enzimáticas de gamaglutamiltransferase e aspartatoaminotransferase. O ácido úrico também diferiu entre os grupos (P > 0,05), e GT apresentou diferença ao longo dos tempos. O período de transição exerce forte influência na condição corporal e nos elementos presentes no sangue das éguas evidenciando a demanda metabólica da égua e do feto. Muitas das adaptações são fisiológicas e decorrem de mecanismos de proteção do organismo materno para garantir que esta possa suprir as necessidades impostas pelo período. É possível monitorar a saúde da égua bem como a do feto a partir do conhecimento e avaliação do perfil metabólico de éguas submetidas ao mesmo manejo.