Sustentabilidade da produção de soja no Brasil central: características químicas do solo e balanço de nutrientes no sistema solo-planta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Lima, Rodrigo de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10865
Resumo: Tem havido preocupação crescente da comunidade científica e, também, dos agricultores, quanto à sustentabilidade da produção de soja nos solos de cerrado. Este trabalho teve como objetivos avaliar a sustentabilidade da produção de soja no Brasil Central, sob alto nível tecnológico; avaliar a evolução das características químicas do solo relacionadas à fertilidade; determinar o balanço entre as quantidades de nutrientes adicionadas e aquelas extraídas e exportadas pelas plantas de soja, e avaliar o desempenho do sistema FERTCALC-Soja quanto ao fósforo e ao potássio. Para isto, 293 talhões com cultivo comercial de soja, no município de Campo Novo do Parecis (MT), abrangendo solos argilosos e de textura arenosa- média, foram monitorados quanto à produtividade e às análises de solo e foliares, ao longo de duas sucessões: arroz como cultivo inicial e soja por cinco cultivos sucessivos, e soja sucedendo soja por 10 cultivos sucessivos. A produtividade média de soja elevou-se, ao longo dos anos de cultivo, de 3,1 e de 2,6 t ha -1 para os patamares de 3,5 e de 3,3 t ha -1 nos solos argilosos e de textura arenosa-média, respectivamente, evidenciando a sustentabilidade da produção da cultura sob agricultura intensiva. Com os anos de cultivo, o manejo adotado resultou em alterações diferenciais conforme a característica química do solo considerada e a textura. A análise das tendências indicou aumentos, tanto nos solos argilosos como nos de textura arenosa-média, para pH, fósforo, cálcio, saturação por bases e CTC total, e decréscimo na acidez trocável. Foram verificados aumentos para matéria orgânica, potássio e acidez potencial nos argilosos, características que foram mantidas nos solos de textura arenosa-média. O magnésio tendeu à manutenção nos argilosos e ao aumento nos de textura média-arenosa. As características químicas da camada de 15-30 cm correlacionaram-se positivamente com a produtividade de grãos, especialmente nos solos de textura arenosa-média, ressaltando a importância de sua condição química para a nutrição da soja, fato que sinaliza a necessidade da consideração dessa camada quando da adoção de técnicas de manejo, mesmo sob condição de elevada precipitação pluviométrica. A recomendação de fósforo não tem sido balizada pela análise de solo: mesmo com pronunciado aumento do P disponível do solo, ao longo dos anos de cultivo, as doses de fósforo aplicadas aumentaram, principalmente nos últimos três anos do estudo (2000/01, 2001/02 e 2002/03), em razão da elevada rentabilidade da cultura nessas safras. As quantidades de nutrientes exportadas pela cultura da soja estão sendo repostas pelas quantidades adicionadas; contudo, há indicações de que aumentos de produtividade poderão ser obtidos com a elevação de níveis de calagem, com ênfase na utilização de corretivos com maiores teores de magnésio, e de doses de potássio. As recomendações obtidas com o uso FERTCALC-Soja para fósforo e potássio mostraram-se sensíveis às disponibilidades destes nutrientes no solo e à produtividade, diferentemente das recomendações que têm sido utilizadas no campo.