Irrigação do eucalipto na fase inicial de desenvolvimento em solos da bacia do Rio Doce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fontes, Luiz Felipe Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Agrometeorologia; Climatologia; Micrometeorologia
Mestrado em Meteorologia Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/5275
Resumo: O pegamento , desenvolvimento e a produtividade final das plantas estão diretamente relacionados à disponibilidade hídrica no solo ao longo do ciclo produtivo. No caso do eucalipto isso não é diferente, principalmente em regiões com totais de chuva reduzidos e em locais com períodos secos prolongados e alta demanda evapotranspirativa. De maneira geral, no passado, as florestas comerciais eram plantadas restritamente nos períodos chuvosos o que garantiam o pegamento das plantas. Com o aumento da demanda de madeira, tornou-se necessário a realização do plantio ao longo de todo ano, sendo de suma importância o emprego da irrigação das mudas no pós-plantio e nas primeiras semanas após a implantação. Em plantios comerciais, a morte de mudas implica no aumento do custo de produção com o replantio e, dependendo do nível de mortandade, na queda da produtividade devido a desuniformidade do plantio promovida (maior competição entre plantas). Este trabalho teve como objetivo determinar a lâmina de água possível de ser evapotranspirada sem comprometer as mudas recém plantadas, parametrizar e calibrar o modelo de Ritchie para tomada de decisão quanto ao momento da irrigação para diferentes tipos de solos da Bacia do Rio Doce (MG). O experimento foi realizado no viveiro de pesquisas pertencente ao Departamento de Engenharia Florestal, da Universidade Federal de Viçosa (MG). Foram realizadas três campanhas com a utilização de três tipos de solos, sendo um latossolo vermelho acriférrico típico (LVwf1), um cambissolo háplico distrófico típico (CXbd1) e um latossolo amarelo distrófico típico (LAd2), na qual foi avaliado o comportamento da perda de lâmina de água nos minilisímetros, o potencial hídrico foliar no período de antemanhã e o monitoramento das medidas ecofisiológicas. Foram utilizados híbrido de mudas de eucalipto (Eucalyptus grandis x E. urophylla) para o plantio nos minilisímetros. Verifica-se maior volume de água retida entre o PMP e a CC no LVwf1 quando comparado aos demais (CXbd1 e LAd2). Isso garante um melhor suprimento de água para as plantas nesse tipo de solo (LVwf1), comprovado pela sobrevivência das plantas por maior tempo em comparação aos demais solos. Observando a curva de retenção, verifica-se que o CXbd1 e o LAd2 apresentam um volume de água retido muito parecido nas tensões próximas a CC. Pode-se estimar que estes dois tipos de solos se diferenciam com o dessecamento, portanto, para uma mesma quantidade de água transpirada, verifica-se uma demanda maior de energia por parte das mudas para o solo CXbd1. Este efeito não fica claro quando se estuda as lâminas evapotranspiradas, podendo ser então explicado pela diferença na capacidade de retenção apresentada por esses dois tipos de solos. De maneira geral, todos os tratamentos com conteúdo de água próximo a CC apresentam evapotranspiração próximas a ET 0 e a ECA, entretanto este último se aproxima mais dos valores absolutos observados dos minilisímetros. A maior coincidência nas variações dos valores de ET0 e ECA comparativamente aos valores de evapotranspiração das mudas de eucalipto no início das campanhas estão na maior contribuição da evaporação do solo no processo. Diferentemente do ET0, o ECA não apresenta controle estomático, permanecendo mais próximo ao que se observa nos minilisímetros. Verifica- se recuperação das plantas após um dessecamento para irrigação realizadas nos potencial hídricos foliar da antemanhã de - 1,5 e -3,0 MPa para todos os tipos de solos. Esta etapa do estudo foi realizada durante o inverno, período de menor incidência de radiação solar. Na variação da biomassa ao longo das campanhas, foi observada a redução o IAF para ambos os solos. Todavia, verificou-se aumento da massa das raízes, provavelmente devido ao esforço das plantas para adaptar-se ao déficit hídrico através da expansão radicular. O modelo de Ritchie, que é indicado para estimativa da lâmina evapotranspirada em sistema solo-planta cujo dossel não se apresenta fechado e possibilita separar as componentes evaporação e transpiração das muda, não apresentou boas estimativas. Os valores estimados, sistematicamente, superestimam as lâminas para todos os tipos de solos, indicando a limitação deste método quando empregado em sistema sob déficit hídrico acentuado.