A produção do espaço urbano vertical na zona central de Viçosa-MG, no período 1980-2012

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Paula, Karine de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Planejamento e Avaliação do Espaço Construído
Mestrado em Arquitetura e Urbanismo
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2193
Resumo: Este trabalho objetivou analisar o processo de produção do espaço urbano vertical na zona central da cidade de Viçosa, MG, a partir dos anos de 1980. Desde os anos de 1960, Viçosa tem passado por intenso processo de urbanização motivado, principalmente, pela modernização do campo e pelos planos de expansão da UFV. Uma das principais características desse processo é a intensa verticalização na zona central, iniciada nos anos de 1960, que se acentuou na década de 1980 e atingiu índices expressivos na década de 2000. Para a realização dessa pesquisa adotou-se os seguintes procedimentos metodológicos: revisão de literatura; estudos exploratórios; levantamento de informações junto ao Instituto de Planejamento Municipal de Viçosa (IPLAM), Secretaria Municipal da Fazenda e Câmara Municipal, e entrevistas com seis corretores imobiliários atuantes na cidade. A partir dos dados coletados e análises realizadas, pode-se dizer que, o processo de verticalização na zona central de Viçosa possui três principais fatores interligados: a alta demanda por moradia na zona central decorrente da expansão das universidades, principalmente da UFV; a localização da zona central, próxima/contígua à UFV; o alto valor da terra urbana nesta área, que tem levado os promotores imobiliários a ocuparem o máximo volume permitido pela legislação. Observou-se mudanças quanto ao perfil/tipologia dos edifícios. Em 1980 havia a predominância de edifícios residenciais, seguido por edifícios mistos e comerciais. Já na década de 1990, a opção foi pela construção de edifícios de uso misto, havendo também um aumento no número de edifícios comerciais. Nos anos 2000 a maior parte dos edifícios construídos continua a ser mistos, seguidos por edifícios residenciais e um decréscimo no número edifícios comerciais. A entrada do investidor, principalmente pós a década de 2000, foi um elemento central no processo de verticalização na zona central, alavancando a produção de imóveis de um e dois quartos. O aquecimento do mercado imobiliário atraiu, além de investidores, novos grupos de promotores imobiliários, formados por médicos, comerciantes, profissionais liberais. Outro dado observado foi o significativo número de edificações unifamiliares demolidas ao longo dos trinta anos e substituídas por edifícios de quatro ou mais pavimentos. Em síntese, a análise indicou que o processo de verticalização na zona central de Viçosa é permeado por interesses e conflitos distintos. Nessa disputa há uma confluência de interesses dos principais agentes responsáveis pela produção do espaço urbano proprietários de terrenos, empresários do ramo da construção civil, imobiliárias e investidores que, aliados ao Estado, formatam as condições favoráveis ao processo de verticalização. Por outro lado, observa-se a prevalência dos interesses do capital imobiliário, primeiramente, na definição tanto do modo de morar na zona central da cidade, quanto do perfil dos moradores. A pesquisa apontou também o atrelamento do processo de urbanização de Viçosa à expansão da UFV, bem como a simultaneidade temporal e espacial entre esses processos e o fenômeno da verticalização.