Atividade física, padrão dietético e composição corporal de adultos jovens australianos: caracterização e comparação de métodos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Liberato, Selma Coelho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9139
Resumo: Foram conduzidos três estudos em Brisbane, Austrália. Os participantes foram selecionados ao acaso e o único critério de inclusão no estudo era que fossem homens saudáveis entre 18 e 25 anos. A maioria era estudante universitário. No primeiro estudo, com o objetivo de avaliar a acurácia em estimar o gasto energético e os padrões de atividade física sob condições de vida livre, o diário de atividade física (B-PAR) foi comparado com o acelerômetro triaxial RT3 em 11 participantes durante 4 dias consecutivos. No segundo estudo foram comparados dois métodos de consumo alimentar: recordatório alimentar de 24 horas (24hDR) e o diário alimentar de quatro dias (4dFR) em 34 participantes. Também foi possível quantificar a subestimação do consumo alimentar, estimada por 24hDR e 4dFR, comparado ao gasto energético e avaliar a acurácia do método de Goldberg para identificar subestimação. No terceiro estudo, para diagnosticar e adotar medidas corretas de intervenção para tentar reduzir a obesidade e as doenças cardiovasculares, foram avaliadas em 38 participantes: composição corporal por meio de medidas antropometricas, pregas cutâneas e absortometria de raios X de dupla energia (DEXA); taxa metabólica basal (RMR) por meio de calorimetria indireta, padrão de lipídios sanguíneos, consumo alimentar por meio de 4dFR, padrão de atividade física por meio de B-PAR e o fitness cardiorespiratorio por meio de teste direto da capacidade máxima. No primeiro estudo, o gasto energético foi superestimado em 14,7% pelo B-PAR em relação ao acelerômetro RT3. As limitações do método de B-PAR e a falta de comprometimento com o estudo contribuíram para a superestimativa do gasto energético pelo B-PAR. O preenchimento de um diário de atividade física enquanto usando o acelerômetro permitiu constatar que, quando fazendo atividade física intensa, algumas vezes os participantes tiraram o acelerômetro. No segundo estudo, houve boa concordância no consumo de macronutrientes estimado por 24hDR e 4dFR em nível de grupo mas não em nível individual. Em nível de grupo, tanto obesos quanto não obesos subestimaram consumo alimentar. Em nível individual, 20,6% e 8,8% dos participantes subestimaram consumo energético por 4dFR e 24hDR, respectivamente considerando o critério do limite de confiança de 95% para consumo energético em relação ao gasto energético. A sensibilidade e especificidade do método de Goldberg foram 0,86 e 0,93, respectivamente para 4dFR. Para o 24hDR, essesvalores foram 1,00 e 0,90, respectivamente. A ausência de diferença no consumo de macronutrientes expressos como percentagem de energia entre os relatos aceitáveis e aqueles que subestimaram o consumo de alimentos sugere que os dados do presente estudo podem ser usados em análises com outras variáveis na evolução da relação entre dieta e saúde, desde que expressos em valores energéticos. Dos participantes deste estudo, 10,5% foram abaixo do peso (índice de massa corporal, IMC < 20 kg.m-2), 47,4% saudáveis (20 24,9 kg.m-2), 31,6% sobrepeso (25 IMC IMC 29,9 kg.m-2) e 10,5% obesos (IMC 30 kg.m-2). Quando mensurada por DEXA, a gordura corporal dos participantes variou de 6,0 a 37,0%. Obesos e não obesos tiveram similar massa livre de gordura e conteúdo mineral ósseo. Mais de 70% do conteúdo mineral ósseo e mais de 80% da massa livre de gordura estão localizados nos braços e pernas. O RMR dos obesos também foi similar ao dos não obesos, provavelmente devido a similar quantidade de massa livre de gordura. O consumo médio de gorduras e carboidratos dos participantes do corrente estudo estive acima (32,3%) e abaixo (47,1%), respectivamente do recomendado (30% e 50%, respectivamente). O consumo de ácidos graxos poliinsaturadas (13,4 g.d-1) e fibras (25,8 g.d-1) esteve abaixo do recomendado (18,6 g.d-1 e 38 g.d-1, respectivamente). O consumo de quase todas as vitaminas e minerais esteve entre a recomendação (RDI) e o limite superior (UL). Somente o consumo de niacina esteve acima da UL (35 mg.d-1). Em média, o tempo gasto em atividades moderadas e intensas pelos participantes foi 140,4 minutos. Obesos gastaram mais tempo fazendo atividades moderadas e intensas que não obesos. O nível de fitness cardiorespiratório foi excelente para os não obesos (55 ml.kg-1.min-1) e na media para os obesos (44 ml.kg-1.min-1) comparado aos valores publicados pela American College of Sports Medicine (> 51 ml.kg-1.min-1 e de 42 a 48 ml.kg-1.min-1, respectivamente). Aumentando a atividade física e tendo uma dieta saudável e balanceada pode aumentar a massa corporal magra, a qual aumenta a taxa metabólica basal. Uma maior taxa metabólica basal contribui para um maior gasto energético, o qual contribui para um desbalanço entre gasto energético e consumo alimentar no sentido de perder peso e conseqüentemente reduzir a obesidade. Além de colaborarem com a redução da obesidade, o aumento da atividade física e uma dieta saudável também podem estar colaborando com a melhora dos padrões de lipídio sanguíneo, onde 68% dos participantes tiveram colesterol total acima dos limites recomendados (4,0 mmol.L-1). Medidas combinadas podem resultar em maiores benefícios para a saúde que medidas isoladas.