Indicadores dietéticos e bioquímicos do controle glicêmico e índice de massa corporal de adolescentes brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rocha, Camilla Medeiros Macedo da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20340
Resumo: Avaliar indicadores dietéticos do consumo de carboidratos, em adolescentes brasileiros e sua associação com o índice de massa corporal (IMC) e o controle glicêmico de adolescentes. Metodologia: O Estudo de Riscos Cardiovsculares em Adolescentes (Erica) teve desenho transversal, multicêntrico nacional, de base escolar e amostragem estratificada. Nas 273 escolas visitadas, entre 2013 e 2014, 102.237 adolescentes eram elegíveis. Destes, 71.553 tinham informações completas de atropometria, consumo alimentar e características sócio demográficas. Por terem diagnóstico de diabetes 2.476 adolescentes foram excluídos. Amostras de sangue estavam disponíveis para 40.732 adolescentes e 35.737 contribuíram para as análises de controle glicêmico com dados de insulina de jejum, hemoglobina glicada e HOMA-IR. O consumo alimentar foi estimado pelo recordatório de 24 horas e o índice glicêmico da dieta (DIG) e a carga glicêmcia da dieta (DCG) foram calculados segundo recomendações da Food and Agriculture Organization of the United Nations/ World Health Organization. Resultados: Há uma grande variação no DGI e no DCG durante o dia, com valores mínimos observados na hora do almoço e valores mais altos à noite. A média de insulina foi de 8,08 (7,98-8,19) mU / L entre adolescentes com peso normal e 12,71 (12,49-12,94) entre sobrepeso / obesidade. O valor de HOMA-IR foi respectivamente de 1,72 e 2,75. DGI e AvGI (índice glicêmico médio) foi de cerca de 59, sem diferenças por status de peso. O DGL e o AvGL (carga glicêmica média) não se associaram aos marcadores de controle glicêmico (valores de p> 0,16), exceto o AvCG em adolescentes com peso normal, com os maiores valores de coeficiente de regressão para insulina (β = 0,12, valor de p <0,001). As medidas do índice glicêmico parecem ser os melhores preditores de controle glicêmico, com maior valor para o AvGI e insulina (β = 0,23) entre adolescentes com sobrepeso / obesidade. O DIG foi positivamente associado ao escore-z de IMC do sexo feminino quando a ingestão de carboidratos foi moderada (β = 0,010; valor de p = 0,018). Também o índice glicêmico da primeira refeição foi associado ao escore-z de IMC em meninas, mas essa relação foi negativa (β = -0,003; valor de p = 0,053) e apenas para o maior nível de ingestão de carboidratos. Conclusão: Entre os adolescentes com sobrepeso / obesidade, a qualidade dos carboidratos conta mais para o controle glicêmico do que o tamanho das porções ou os picos da ingestão de carboidratos. Mesmo o índice glicêmico sendo um bom preditor da qualidade do carboidrato consumido, nossos achados não mostram que seu aumento afeta o escore-z do IMC. A carga glicêmica mostrou-se apenas uma proxy do consumo total de energia e carboidratos, não permitindo investigar a relação entre a qualidade do carboidrato consumido, o controle glicêmico e o escore-z do IMC dos adolescentes.