Impacto da dieta dissociada no índice internacional de qualidade da dieta e nos biomarcadores de estresse oxidativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Paixão, Mírian Patrícia Castro Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência de Alimentos; Tecnologia de Alimentos; Engenharia de Alimentos
Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/463
Resumo: A obesidade é uma doença crônica que contribui para o desenvolvimento do estresse oxidativo, aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e da síndrome metabólica. Na busca de alternativas para o tratamento da obesidade vários tipos de dietas hipocalóricas tem sido utilizada, dentre estas, encontra-se a dieta dissociada. Esta dieta preconiza que carboidratos e proteínas não devem ser consumidos juntos em uma refeição, a fim de promover uma maior eficiência metabólica e acelerar o processo de redução ponderal. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito da dieta dissociada em carboidrato e proteína sobre os biomarcadores do estresse oxidativo representados pelos níveis circulantes de lipoproteína de baixa densidade oxidada (LDLox) e a capacidade antioxidante total do plasma (CAT) e suas associações com variáveis antropométricas, bioquímicas, oxidativa e dietéticas, em homens em condição de sobrepeso e obesidade. Participaram deste estudo 31 homens saudáveis com IMC entre 26,5 e 35,2 kg/m2, que seguiram a dieta por 8 semanas com uma restrição calórica de 250 kcal. Os indivíduos foram distribuídos aleatoriamente em três grupos de acordo com o tipo de dieta. Para o grupo controle (GCT), foi prescrita uma dieta equilibrada em macronutrientes; para o grupo de carboidrato diurno (GCD), foi prescrito almoço hiperglicídico/hipoprotéico e jantar hipoglicídico/hiperprotéico, enquanto que no grupo do carboidrato noturno (GCN), a distribuição dos carboidratos e proteínas nas grandes refeições foi o inverso do GCD. No início e no final deste estudo foram aferidas as medidas antropométricas, de composição corporal utilizando-se o deutério e a concentração sérica de glicose, insulina, colesterol e suas frações, triglicerídeos, acido úrico, ceruloplasmina, CAT e LDLox. A composição da dieta e a qualidade global da dieta habitual e durante a intervenção, foram analisadas por meio de diários alimentares e do Índice Internacional de Qualidade da Dieta (IQDI). Ao final das 8 semanas, verificou-se que os voluntários deste estudo tiveram perda de peso média de 4,26 ± 1,47 % no GCT, 3,29 ± 2,46 no GCD e 4,85 ± 3,01 % no GCN e também houve redução no IMC, CC e CQ significativa quando comparado ao período inicial. Não houve diferenças entre os grupos nas mudanças observadas nas medidas antropométricas. A média de restrição calórica foi de 26,01±22,03% no GCT, 31,70±30,28% no GCN e 16,87±26,67% no GCD e não houve diferença entre os grupos. A qualidade da dieta global da dieta e sua composição nutricional não apresentaram variações significativas entre os grupos, com exceção do sódio e selênio, que apresentaram redução maior no GCN quando comparados aos outros grupos (p<0,05). De acordo com IQDI, a dieta dos voluntários foi caracterizada como de baixa qualidade, tanto na avaliação da ingestão habitual quanto durante a intervenção. As variáveis bioquímicas e oxidativas não sofreram modificações significativas entre os grupos durante o estudo, com exceção da glicose sérica que aumentou no GCD. No GCT, as concentrações de HDL-c subiram enquanto as de insulina foram reduzidas (p<0,05), mas se mantiveram no dentro da faixa de normalidade. Apesar das variáveis endógenas e dietéticas que poderiam influenciar as concentrações séricas dos biomarcadores do estresse oxidativo não terem sofrido variações significativas, a CAT se elevou no GCT e GCD (p<0,05). A concentração sérica de LDLox, no entanto,foi mais elevada no GCT, quando comparada aos demais grupos (p<0,05) e a sua concentração diminuiu de forma não significativa exclusivamente no GCD (p>0,05). Não foram observadas associações entre as variações da CAT e da LDLox e a quantidade ofertada de carboidrato ou proteína nas refeições em que houve a dissociação da dieta (p>0,05). As mesmas análises foram realizadas para o IQDI e seus escores parciais com relação à CAT e LDLox e não constatou-se correlação entre essas variáveis, mesmo após ajustes (p>0,05). Conclui-se que apesar da dieta dissociada ter promovido perda ponderal e redução de outras variáveis antropométricas não houve relação entre a CAT e a LDLox com as variáveis bioquímicas, oxidativas e dietéticas estudadas.