O efeito de uma dieta hipocalórica no estresse oxidativo em pacientes com esquizofrenia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Zortéa, Karine
Orientador(a): Belmonte-de-Abreu, Paulo Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/29029
Resumo: Introdução: Estudos demonstram que a alimentação dos pacientes com esquizofrenia é rica em gorduras e pobre em fibras e vitaminas, quando comparados com a população geral, refletindo suas más escolhas alimentares e a associação com a obesidade e síndrome metabólica. Estas condições modificam a auto-estima e a atividade social dos pacientes, além de estarem associadas ao aumento no estresse oxidativo. Além disso, sabe-se que o estresse oxidativo pode estar associado à fisiopatologia da esquizofrenia. Sendo assim, surge o interesse em estudar os efeitos de um tratamento nutricional e as alterações que podem ocorrer no peso e parâmetros de estresse oxidativo nesta patologia. Métodos: Este estudo transversal incluiu 96 pacientes selecionados aleatoriamente por conveniência. Todos apresentavam diagnóstico de esquizofrenia pelos critérios do DSM-IV e CID-10. Os pacientes tiveram suas medidas antropométricas aferidas (peso, altura, circunferência abdominal, percentual de gordura e pressão arterial) e responderam verbalmente a um questionário de anamnese alimentar, incluindo informações clínicas relevantes do histórico da patologia. Foram coletadas amostras de sangue para avaliação dos parâmetros de estresse oxidativo (TRAP, TAR e TBARS) e exames sanguíneos de rotina (Colesterol Total, HDL, LDL, triglicerídeos, glicose de jejum). Todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e estavam em tratamento crônico com antipsicóticos. Resultados: Os pacientes apresentaram níveis aumentados de circunferência abdominal, percentual de gordura corporal, excesso de peso e tabagismo. Aparentemente, o ganho de peso ocorre em todos os pacientes expostos a antipsicóticos, independentemente do tipo de medicação e de resposta clínica, e a qualquer momento ao longo da evolução da doença. Foi identificada correlação entre tempo de doença e percentual de gordura corporal. Na avaliação dos parâmetros de estresse oxidativo foi observada redução na capacidade antioxidante total e conseqüente aumento na peroxidação lipídica em pacientes que fazem acompanhamento dietoterápico. Em uma análise retrospectiva de prontuários pode-se evidenciar redução significativa de peso e IMC em pacientes que fazem acompanhamento dietoterápico. Conclusão: Este estudo traz evidências clínicas de extrema importância na relação terapêutico-nutricional do paciente com esquizofrenia. As evidências reforçam aspectos já estudados anteriormente por outros autores, a respeito dos fatores protetores ou danosos de uma intervenção nutricional, porém traz dados inéditos ao tratar de uma patologia complexa, como a esquizofrenia. Uma dieta hipocalórica, ao mesmo tempo em que traz benefícios quanto ao tratamento da obesidade e síndrome metabólica, pode estar associada a prejuízos nas defesas antioxidantes dos pacientes. A partir desses dados, inicia-se um campo instigante e o desafio de estudar e estabelecer informações concretas no que se refere à hormese da restrição calórica, antioxidantes e pró-oxidantes na esquizofrenia.