O “Espírito de Nairóbi” contra a “Águia Americana”: disputas hegemônicas no processo de construção da educação patrimonial pela UNESCO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gonçalves, Ana Carolina Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29782
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.364
Resumo: Após ser reconhecida como estratégia de preservação de culturas tradicionais, a educação patrimonial está conquistando mais espaço dentro dos estudos acadêmicos e técnicos sobre salvaguarda do patrimônio cultural. Tais estudos, geralmente, focam em projetos pedagógicos locais ou nacionais, descrevendo-os e avaliando-os. Neste trabalho, o objetivo foi compreender a educação patrimonial a partir das políticas internacionais de preservação patrimonial, cuja iniciativa parte da UNESCO. Para tanto, optou-se pela metodologia de análise crítica de documentos, por meio da qual as fontes primárias foram sobrepostas ao contexto histórico no qual foram produzidas, para fazer emergir os conflitos e debates originários durante o século XX e XXI. Com o apoio dos conceitos teóricos de Antonio Gramsci sobre política e de hibridação de Néstor Garcia Canclini, foi possível cotejar as fontes com outros documentos produzidos no mesmo debate internacional, com a finalidade de contrastar o discurso hegemônico, produto do consenso das propostas emitidas pelos Estados Nacionais e sociedade civil, sobretudo nas décadas de 1970 e 1980. Os resultados das análises apontaram três modelos de projetos político-pedagógicos voltados para educação patrimonial que, embora possam conflitar em pontos específicos, podem também coexistir sobrepostos em diferentes escalas, graças à condição globalizada que experimentamos. A proteção patrimonial por meio da educação é, assim, atravessada pelos objetivos políticos de um projeto de escala mundial, cuja atuação se dá por meio de uma rede internacional de colaboração para proteção de bens culturais, mas também de projetos regionais de colaboração e fortalecimento de comunidades patrimoniais e também de projetos locais de desenvolvimento sustentável e preservação das culturas tradicionais. A partir desses resultados, concluiu-se ser necessário um critério de avaliação dos projetos para proteger as culturas, comunidades e o meio em que habitam dos excessos da exploração política, econômica e social dos bens culturais. Palavras-chave: Educação Patrimonial. UNESCO. Políticas culturais.