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Financeirização e fragilidade financeira: aspectos teóricos e análise empírica das firmas não-financeiras no Brasil entre 2010 e 2019

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Fernandes, Marcos da Silva
Orientador(a): Martins, Norberto Montani
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Doutorado em Economia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/5419
Resumo: Nos últimos cinquenta anos a economia global viu um aumento expressivo dos mercados financeiros, tanto em termos de tamanho quanto na sua importância da dinâmica das economias. Alinhado com estas mudanças, a literatura passa a dedicar uma maior atenção aos efeitos negativos trazidos pela denominada financeirização da economia. Ao mesmo tempo, as sucessivas crises financeiras vivenciadas neste período trazem de volta a atenção aos trabalhos de Hyman Minsky, em especial à sua Hipótese da Instabilidade Financeira que busca apresentar o caráter endógeno do aumento da fragilidade financeira dos agentes ao longo do ciclo econômico. Apesar da atenção voltada a esses dois temas, pouco esforço foi empreendido na compreensão das conexões entre a financeirização e a fragilidade financeira. Tendo isso em vista, o presente estudo objetivou analisar em um âmbito teórico essa conexão, bem como, a partir de uma estimação econométrica, analisar a relação existente entre a financeirização e a fragilidade das firmas não-financeiras de capital aberto no Brasil entre 2010 e 2019. A análise da fragilidade das firmas brasileiras apresentou que entre 2007 e 2019 temos uma grande oscilação na posição financeira das firmas dentro da taxonomia minskyana. Essa oscilação aparenta estar associada às mudanças no ciclo de crescimento econômico e de taxa de juros da economia. Já ao analisar o processo de financeirização das firmas entre 2010 e 2019 não foi possível perceber a adoção de uma estratégia rentista por parte delas, dada a queda na relação entre ativos financeiros e imobilizado e uma baixa participação de receitas financeiras no seu fluxo de caixa. Observou-se, entretanto, que ao longo do período de análise as empresas aumentaram o seu nível de alavancagem, podendo esse processo estar associado à uma financeirização dos seus passivos. Além disso, observou-se que apenas uma pequena parcela dos lucros das firmas é distribuída na forma de dividendos. Os resultados do modelo econométrico apresentaram que o aumento na proporção de ativos financeiros no balanço das firmas e o aumento na proporção de lucros distribuídos como dividendos está associado a um menor nível de fragilidade das firmas. Enquanto isso, uma maior dependência de receitas de fontes financeiras e uma maior alavancagem estão associadas a um maior nível de fragilidade financeira.