Os impactos da financeirização nos países em desenvolvimento e o caso do Brasil no período 1990-2010

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Leal, Júlia Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24126
Resumo: A dissertação faz uma análise sobre as diferentes interpretações do fenômeno da financeirização e seu impacto no comportamento do Estado, famílias e empresas não financeiras. O Estado passa a oferecer menos serviços públicos e as famílias recorrem cada vez mais aos serviços privados e acabam aumentando seu endividamento. As empresas não financeiras tendem a reorientar seus investimentos para ativos mais rentáveis em detrimento da expansão da capacidade produtiva. Com isso, o crescimento econômico e o bem-estar da população ficam comprometidos. A globalização e a liberalização financeira permitiram o movimento de volumosos fluxos de capital de caráter pró-cíclico e volátil. A elevada dependência desses capitais tornou as economias financeiramente integradas mais vulneráveis a choques especulativos e bolhas financeiras, evidenciando os limites da estratégia de crescimento via poupança externa. A dissertação também investiga a dinâmica econômica dos países em desenvolvimento. Esses países são inseridos de forma subordinada no sistema monetário internacional e, portanto, seu processo de financeirização sofre grande influência das decisões externas, afetando a autonomia das suas políticas macroeconômicas. Outra particularidade é que as moedas dos países em desenvolvimento se encontram no extremo inferior da hierarquia monetária devido ao baixo grau de liquidez. Como resultado, esses países não conseguem tomar empréstimos em suas moedas domésticas e acabam se endividando em moeda forte (como o dólar americano). No caso do Brasil, o processo de abertura nos anos 1990 e as políticas adotadas favoreceram o avanço da financeirização. Na década de 2000, a expansão do crédito às famílias se revelou um novo componente da financeirização da economia brasileira. Durante esse período, o governo não conseguiu resgatar a autonomia das políticas, pois a economia brasileira continuou dependente de elevadas taxas de juros para atrair capitais