Identificação de padrões alimentares em uma população adulta: associação com marcadores de risco cardiometabólicos
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Palmas |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - PPGCS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/1051 |
Resumo: | As mudanças sociais, econômicas, demográficas, tecnológicas e culturais que o País enfrentou, em especial a partir da metade do século passado, afetaram diretamente o padrão alimentar, que passou a ser constituído, principalmente, de alimentos de alto teor energético, e pobres em nutrientes, configurando uma alimentação de risco para obesidade e doenças cardiovasculares (DCV). Conhecer o padrão alimentar é algo importante como ponto de partida para estabelecer relações entre alimentação, saúde/doença e intervenções preventivas e/ou terapêuticas. Inicialmente realizou-se uma busca na literatura, sistemática, nas bases de dados Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), de artigos originais que identificaram padrões alimentares a posteriori, entre 2007 e 2017, nos idiomas inglês, espanhol e português, tendo como descritores: diet, dietary patterns, risk, cardiovascular, biomarkers, health e adult . Foram incluídos 35 estudos. Os padrões alimentares rotulados “saudável”, “tradicional” e “prudente” associaram-se a melhores perfis bioquímico, antropométrico e pressórico. Já os padrões “Ocidental”, “Carne e álcool” e “Lanches, fast food e sobremesas” associaram-se diretamente ao risco cardiometabólico. Esses resultados serviram de base para o estudo transversal com 130 funcionários adultos, de ambos os sexos, de uma universidade pública no Tocantins, Brasil, com objetivo de identificar os padrões alimentares, e investigar os fatores demográficos, socioeconômicos, comportamentais e cardiometabólicos associados. Foram aferidas medidas antropométricas, pressão arterial e realizados exames bioquímicos, além de entrevista com dados sociodemográficos, econômicos e comportamentais. Os padrões alimentares foram identificados por análise de componentes principais, com rotação ortogonal Varimax, com base em um questionário de frequência alimentar. Identificaram-se três padrões, que foram rotulados: (1) saudável (frutas, hortaliças, aveia/granola, cereais/ raízes, frango/ peixe, oleaginosas, preparações mistas com cereais/ raízes e carnes, ovos, leguminosas e sucos naturais), (2) ocidental (pães, bolos, biscoitos, doces, carne bovina, suína e miúdos, carnes processadas e bacon, lácteos integrais, refrigerante, sucos industrializados e feijoada) e (3) fit (manteiga, oleaginosas, mel/ rapadura e ovos, e baixo consumo de margarina, refrigerante e sucos industrializados). Após ajuste para variáveis sociodemográficas, comportamentais, antropométricas, bioquímicas e pressão arterial, os escores mais elevados do padrão saudável associoaram-se inversamente à glicemia de jejum, e diretamente aos níveis séricos de LDL-c, o padrão ocidental associou-se a maiores concentrações de glicemia de jejum e o padrão fit foi inversamente associado aos níveis séricos de LDL-c. Embora o padrão alimentar saudável tenha se associado com concentrações mais elevadas de LDL-c, fato que pode ter ocorrido em razão da causalidade reversa – viés de difícil controle do delineamento transversal, recomenda-se o incentivo à adoção desse padrão, por ser constituído, principalmente, por alimentos com benefícios comprovados à saúde. |