Uso cultural e científico das plantas medicinais na população pediátrica com doença falciforme: aspectos clínicos e ambientais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Paula, Rebeca Garcia de
Orientador(a): Seibert, Carla Simone
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/6779
Resumo: Introdução: A Doença Falciforme (DF) constitui-se de uma herança genética, com origem africana, sendo, no Brasil, as Regiões Norte e Nordeste as mais acometidas em prevalência. Os tratamentos mais avançados disponíveis para a doença estão fora do alcance da maior parte da população mundial afetada. Sendo assim, a Medicina Tradicional (envolvendo plantas medicinais, fitomedicamentos e nutracêuticos, bem como intervenções alternativas) é bastante utilizada por tais povos, tanto pelo baixo custo, disponibilidade e acessibilidade, quanto por serem culturalmente bem aceitos. Objetivo: Conhecer o uso cultural e científico das plantas medicinais na DF, com seus desdobramentos clínicos e ambientais na Pediatria, especialmente no Tocantins (TO). Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão de literatura, seguido por um documental (com revisão de prontuários) e inquérito populacional, envolvendo tanto as famílias com crianças e adolescentes falciformes, quanto os profissionais de saúde, com posterior aplicação por meio de guia e protocolo no atendimento dos pacientes pediátricos com DF em Tocantins. Resultados: Na revisão sistemática da literatura foram descrtitas 305 espécies de plantas medicinais utilizadas na DF; destas, 46 foram encontradas nos herbários do Tocantins. Na revisão dos 154 prontuários ativos dos pacientes pediátricos com DF no Ambulatório da capital do estado (Palmas-TO), em 70,1% havia o relato do uso de plantas medicinais, sendo 64 espécies citadas ao todo, porém 41 delas não foram encontradas na revisão da literatura. Nos 50 questionários respondidos pelos familiares de pacientes pediátricos com DF, em 84% houve o relato do uso de plantas medicinais, sendo citadas 52 espécies ao todo, contudo 34 delas não foram encontradas na revisão de literatura. Nos 62 questionários respondidos pelos profissionais de saúde do estado, apenas quatro relataram ter conhecimento sobre plantas medicinais na DF. Foi construído um protocolo clínico para auxiliar no acompanhamento do paciente pediátrico com DF no TO e um guia sobre plantas medicinais na doença. Conclusão: A maioria dos pacientes deste estudo faz uso tanto da Medicina Convencional, quanto da Tradicional/ Complementar/ Alternativa, enquanto a maior parte dos profissionais de saúde demonstrou desconhecimento sobre o assunto, o que leva à necessidade de mais estudos nessas áreas, em especial na Pediatria, visando a segurança do paciente e a articulação do uso cultural e científico das plantas medicinais.