Fatores Biopisicossociais e a vulnerabilidade dos profissionais invisíveis atuantes na cadeia de enfrentamento da Covid-19 na cidade de Araguaína/Tocantins
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Univsersidade Federal do Tocantins
Araguaína |
Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO ACADÊMICO EM DEMANDAS POPULARES E DINÂMICAS REGIONAIS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/4586 |
Resumo: | Uma das preocupações ligadas à pandemia da COVID-19 foram as consequências biopsicossociais dos trabalhadores envolvidos no enfrentamento da doença. Além dos trabalhadores inseridos dentro do contexto hospitalar, destacamos os que atuaram fora deste sistema, intitulado neste estudo de profissionais invisíveis, sendo os motoristas, recepcionista, auxiliar de serviços gerais, além dos próprios profissionais de saúde de nível médio e superior, como, técnico de enfermagem, enfermeiros, odontólogos, psicólogo entre outros. Diante disto, o objetivo deste estudo consiste em analisar as condições socioprofissionais e psicodinâmicas dos trabalhadores invisíveis da cadeia de saúde envolvidos no enfrentamento da pandemia da COVID-19 no município de Araguaína, estado do Tocantins. Para a obtenção dos dados, optou-se pelo uso de questionário via internet e entrevista semiestruturada, subsequentemente gravadas e transcritas. Participaram desta pesquisa 107 trabalhadores lotados na Secretária Municipal de Saúde e Secretaria Municipal da Assistência Social, Trabalho e Habitação, 54% participaram somente do questionário e 43% aceitaram participar do questionário e entrevista, destes, 7% foram selecionados para entrevista. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e técnicas de análise de conteúdo. Aqueles que se autodenominaram pardos e pretos somaram um total de 67%, com relação a faixa etária, 40% se encontravam entre 25 a 34 anos. Quanto aos fatores biopsicossociais de saúde/doença 13% faziam parte do grupo de riscos, 13% da amostra declararam ter adquirido COVID-19 e 54% declararam residir com indivíduos pertencentes ao grupo de risco. O principal tipo de assistência foi o Sistema Único de Saúde, 56% faziam uso de forma exclusiva. Quanto à vacinação, somente 4% não haviam sido imunizados contra a COVID-19. Entre as condições socioprofissionais, 61% declararam possuir nível superior, entretanto somente 42% das profissões declaradas eram de nível superior, sugerindo que profissionais com nível superior atuaram como profissionais de nível médio. Quanto à principal forma de locomoção para o trabalho 83% possuíam um meio de transporte próprio para se locomoverem e somente 4% utilizavam do transporte público para ir ao trabalho. Quanto ao vínculo de trabalho, 66% foram contratados temporariamente sem carteira assinada, 31% eram concursados e somente 2% possuíam registro na carteira de trabalho. Do total de participantes 49% já trabalhavam no município e tiveram sua função inicial alterada para suprir uma demanda específica da pandemia. Em todas as entrevistas ficou evidente a falta de segurança e domínio para executar suas novas funções. Observa-se condições de trabalho e uma organização de trabalho precarizada, levando ao sofrimento psicológico. Houve o uso da criatividade dada pela liberdade em transformar o trabalho prescrito em trabalho real como elemento de superação do sofrimento. Quanto as relações familiares e sociais, evidencia uma ruptura dada pela organização de trabalho que foram submetidas, e pela própria condição de isolamento e distanciamento social imposta pela pandemia. Os dados mostraram que a pandemia acentuou as fragilidades de trabalho já presentes, que os trabalhadores invisíveis foram sujeitos a condições de sofrimento e adoecimento relacionado ao trabalho. Assim, foi importante conhecer a realidade deste público e realizar estudo adicionais pós pandemia nesta mesma população no intuito de verificar quais sequelas emocionais foram associadas às condições de trabalho. |