Capim-Piatã (Urochloa brizantha cv. Piatã) manejado sob lotação intermitente em função da altura do pasto por bovinos na Amazônia Legal.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Melo, Jonahtan Chaves
Orientador(a): Alexandrino, Emerson
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Araguaína
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Tropical - PPGCat
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/6073
Resumo: O conhecimento das respostas da planta forrageira submetida a frequências de pastejo é importante para gerar informação sobre o sistema solo-planta-animal determinante da produção de bovinos em pastejo. Diante disso, objetivou-se avaliar as relações existentes na interface solo-planta-animal em pastagem de Capim-Piatã sob pastejo com diferentes alturas pré-pastejo (30, 40 e 50 cm) em sistema de lotação intermitente com carga animal variável. Para avaliar as características morfogênicas o delineamento experimental usado foi o de blocos casualizados em esquema de parcelas subdivididas no tempo, com três tratamentos e quatro repetições ao longo de três épocas de crescimento. Enquanto, para as características agronômicas e químicas da forragem o delineamento usado foi o de blocos casualizados, com três tratamentos, quatro repetições ao longo de quatro ciclos de pastejo. Foram utilizados 24 animais, manejados em 6,6 ha de Capim Piatã, sendo o período de pastejo de sete dias, e o ajuste de carga variável. O comportamento ingestivo e o padrão de deslocamento dos animais foram avaliados em blocos casualizados em esquema de parcelas subdivididas, as alturas constando como parcelas principais e a condição (entrada e saída) as sub-parcelas. Os pastos de Capim-Piatã responderam às alturas incrementando a taxa de alongamento de colmo (TAlC), senescência (TSF), o filocrono (FILO) e a interceptação da radiação (IRFA), decrescendo a taxa de alongamento de folhas (TAlF) e a densidade populacional de perfilhos (DPP) para as maiores alturas pré-pastejo, em parte devido à modificação no período de descanso dos pastos para atingir as alturas desejadas. A maioria das características que compõem a massa total de forragem e a estrutura dos pastos de Capim-Piatã mostraram-se sensíveis as alturas de entrada e aos ciclos de pastejo, principalmente na condição de entrada. De maneira geral, a relação folha/colmo e o IAF mantiveram-se estáveis a partir da altura de 40 cm, com mesmo padrão de resposta com o decorrer dos ciclos de pastejo. As alturas de entrada no dossel forrageiro não alteraram (P>0,05) o tempo de pastejo, ruminação e ócio, mas houve efeito significativo para a condição estrutural, e no início da manhã e final da tarde, praticamente todo o tempo foi utilizado na atividade de pastejo. Menor tempo de pastejo (P<0,05) foi registrado (379,4 min) na condição de entrada e maior deslocamento aos 50 cm (7,7 passos/min). A condição de entrada no dossel resultou em uma estrutura que aumentou a velocidade de ingestão de forragem, com menor tempo por refeição para entrada (56,7 min) em relação à saída (74 min). A taxa de bocados e o número de bocados por estação foram alterados pelas alturas, com maior valor para os pastos de 30 cm (38,9 bocados/minuto e 8,2 bocados/estação, respectivamente). Houve variação significativa (P<0,05) para a massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca total de saída (MSTsaída) e massa seca de raiz (MSR), com maiores valores para os pastos manejado mais altos. A relação MSPA/MSR e o % de raízes colonizadas (%RC) não foram afetados pelas alturas com valor médio de 1,2±0,14 e 55%, respectivamente. O aumento do período de rebrotação influenciou negativamente a estrutura do dossel, reduzindo os teores de N e K para os maiores intervalos de rebrota ao longo dos ciclos de pastejo. Maiores valores de extração de N=112,0, P=7,9 e K= 88,9 em kg/ha/ciclo foram para a maior altura de 7 entrada no dossel. O Capim-Piatã deve ser mantido entre alturas pré-pastejo de 30 e 40 cm. O prolongamento do período de descanso além desse intervalo modifica drasticamente as características morfogênicas, elevando a TAlC e TSF, indesejáveis na produção de bovinos em pastejo, pois normalmente deprimem o consumo de forragem. Ficou evidente quanto maior a disponibilidade de forragem (condição de entrada em relação à de saída), menor tempo é destinado à atividade de pastejo e maior o número de refeições curtas acompanhadas por intervalos longos entre refeições. E quanto menor é a massa de forragem, mesmo com maior valor nutritivo, menor é o acúmulo instantâneo de nutrientes. Entretanto, o maior o número de ciclos de pastejo aos 30 e 40 cm refletem em maior extração de N e eficiência de utilização de N, P e K.