Lutas ontológicas indígenas Atikum – camponesas no oeste da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Borges, Édila Bianca Monfardini
Orientador(a): Lira, Elizeu Ribeiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Porto Nacional
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia - PPGG
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/6977
Resumo: O modelo do agro-energias-negócio de expansão e privatização capitalista dos territórios que avançou sobre o Oeste da Bahia nas últimas cinco décadas pautou-se na premissa de “modernização” e “desenvolvimento econômico, político e social”. Todavia, o que se vê por aqui, é um emaranhado de estratégias marcadas pela violência e pelo intenso colonialismo que resultam em precarização territorial, marginalização, invisibilização e subalternização dos povos indígenas Atikum em específicos e camponeses. Em meio a este cenário, estes sujeitos se organizam enquanto grupos pela afirmação dos seus direitos aos territórios. Essas lutas baseiam-se na afirmação de suas práxis de r-existências materializadas em múltiplas territorialidades como projetos alternativos de sobrevivência e modo de vida local frente aos projetos neoliberal que excluem tais populações. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi compreender o processo de ontologização de produção do espaço – territórios do assentamento rural agrário do Benfica, ao focarmos nas territorialidades subalternas, nos usos e apropriação e como estas o caracteriza em territórios da diferença, bem como, analisar as trincheiras de lutas por espaços, territórios, autonomia, justiça cognitiva, justiça ecológica, justiça social, justiça de gênero e práxis de r-existências. Para tanto, me pautei em diversos percursos metodológicos de forma que me permitisse abarcar a produção coletiva de conhecimentos dos diversos sujeitos subalternizados do campo, desde escutas ao considerar o lugar de enunciação dos indígenas Atikum e camponeses, entrevistas, diário de campo, áudios, registros fotográficos bem como a investigação – ação – participativa ao imergir nas práticas territoriais de base comunitária dos sujeitos desta pesquisa. Dessa forma, foi possível constatar que essas diversas práxis pautadas em mundos, conhecimentos e racionalidades outras promove a capacidade de r-existir frente aos projetos neoliberais regional/local ao passo que propicia a estes povos um intenso levante de reivindicação de novas identidades políticas que ultrapassem a base material dos territórios e que seja centrada principalmente nos direitos ontológicos de SER, existir e nas diferenças.