O Acidente Botrópico no Tocantins: perfil epidemiológico dos acidentados, fatores ambientais facilitadores dos acidentes, toxicidade e neutralização do veneno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Queirós, Deize Carneiro
Orientador(a): Seibert, Carla Simone
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Tocantins
Palmas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11612/2353
Resumo: O envenenamento causado por serpentes do gênero Bothrops representa cerca de 90% dos acidentes ofídicos em todo o Brasil e a serpente Bothrops moojeni é a principal espécie causadora dos acidentes no Tocantins. Por isso o objetivo desse estudo foi avaliar o perfil epidemiológico dos acidentados por serpentes do gênero botrópico, os fatores ambientais facilitadores do acidente, a toxicidade experimental de Bothrops moojeni para o estado do Tocantins e a neutralização desse veneno pelo antiveneno botrópico comercial. O perfil epidemiológico dos pacientes nos acidentes botrópicos buscou subsidiar o entendimento da dinâmica desse agravo, com dados de 2007 a 2019, obtidos a partir da plataforma TabWin-SINAN. Foi avaliada a correlação dos acidentes ofídicos com alguns dos fatores ambientais como precipitação pluviométrica, temperatura do ar, umidade relativa do ar e o avanço agropecuário, nas cidades de Araguaína, Palmas e Porto Nacional, a partir de dados disponíveis no IBGE e no INMET. Para avaliar a toxicidade do veneno de Bothrops moojeni e sua neutralização com antiveneno, foram testadas as atividades desfibrinogenante, edematogênica, hemorrágica, fibrinolítica, miotóxica e coagulante. Observou-se 7.906 acidentes botrópicos durante o período analisado, com aspecto epidemiológico clássico: o sexo masculino foi o mais acidentado (76,7%), a idade predominante foi de 20-59 anos (62,0%), com acidentes classificados como leve a moderado (89,6%) e 0,4% de óbitos. Araguaína foi a cidade que apresentou o maior número de acidentes (6,5%), seguido de Palmas (4,2%) e Porto Nacional (3,4%). As variáveis ambientais sazonais de temperatura do ar, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica foram determinantes na incidência desses acidentes, nas três cidades analisadas. Para o avanço agropecuário, houve correlação para Araguaína (produção de feijão, mandioca e milho) e Palmas (produção de feijão). O veneno da espécie Bothrops moojeni apresentou todas as características biológicas testadas e o antiveneno botrópico foi capaz de neutralizá-las. Portanto, a ocorrência do acidente botrópico, no estado do Tocantins, tem influência das condições ambientais e atinge a faixa etária mais ativa da população. O veneno de Bothrops moojeni apresentou características padrão encontradas nos venenos das outras jararacas, e o antiveneno foi validado para essa espécie, que ocorre no território tocantinense.