Estudo da propriedade antiofídica de Jatropha Elliptica (pohl.) mull arg.
Ano de defesa: | 2020 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Palmas |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
BR
|
Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/2661 |
Resumo: | O acidente ofídico é considerado de interesse em saúde pública no Brasil, sendo o gênero botrópico responsável por cerca de 90% desses acidentes. O acidente botrópico ocasiona severas alterações locais e sistêmicas, que podem deixar graves sequelas ou mesmo levar o indivíduo a óbito. Os efeitos locais não são neutralizados pelo Antiveneno Comercial (AVC) e são agravados por fatores como distância e dificuldade de deslocamento para os locais de atendimento. Nesse contexto, o uso terapêutico de plantas medicinais, como Jatropha ellíptica, é comum e estudos farmacológicos validaram seu uso tradicional para o acidente ofídico. Os estudos proteômicos dos venenos de serpentes demonstram particularidades quanto à composição e a relação com os sintomas causados. Tais particularidades influenciam no tratamento devido a diferenças na capacidade neutralizante do soro. O estudo da composição dos venenos de filhotes de Bothrops moojeni do cerrado (TO), considerou as variações para o sexo desses animais e evidenciou diferenças significativas entre ambos, demonstrando uma ampla e diversificada categoria de proteínas. O veneno dos FIL ♀ (filhotes fêmeas) apresentou DMC (Dose Mínima Coagulante) em 0,2 µg/mL de plasma equino e o dos FIL ♂ (filhotes machos) 0,4 µg/mL, sendo o veneno das fêmeas mais coagulante. O veneno dos FIL ♀ se destacou na atividade de serinoprotease (0,34±0,05 nmols), sendo superior à atividade do veneno dos FIL ♂ (0,26±0,03; p<0,001) e também foi mais letal. Contudo, esses venenos não diferiram nas atividades fosfolipásica e hemorrágica. Também foi avaliada a capacidade do pool de veneno (50 µg/mL) de B. moojeni adultos em bloquear a atividade da preparação nervo frênico-diafragma de camundongos, através de técnica miográfica tradicional. O JeP (polvilho), obtido de modo artesanal de J. ellítica, foi tamisado e concentrações de 100 e 1000 µg/mL e foram testadas por três protocolos: a) pré-veneno: JeP por 15 min, seguidas pela adição de veneno; b) pós-veneno: veneno por 15 min antes da adição de JeP; e c) pré-incubação: mistura de veneno + JeP por 30 min antes da adição ao banho. Para os tratamentos pré-veneno e pós veneno com JeP 100 µg/mL foram 100,9 ± 7,6 % e 97±6,1 %, respectivamente. O modelo de pré-incubação mostrou efeito semelhante (78,2±9,2 %) ao produzido pelo antiveneno botrópico comercial (80,2±14,1 %). Na mesma sequência de modelos, para JeP 1000 µg/mL os T50 foram de 88,1±7,7 %; 61,5±9,1 % e 86,5±8,9 %. O aumento de JeP para 1000 µg/mL (10X) foi insignificante para melhorar o T50 do veneno. Os resultados evidenciaram que o veneno de Bothrops moojeni induz bloqueio neuromuscular e pequenas quantidades do polvilho de J. elliptica foi eficiente em inverter esse efeito. |