A sinergia entre ciência, prática e movimento social na construção do conhecimento agroecológico no estado do Tocantins
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Tocantins
Palmas |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente - Ciamb
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11612/6767 |
Resumo: | As transformações nos sistemas agroalimentares, impulsionadas pela Revolução Verde, trouxeram maior produtividade ao setor agrícola, mas também acarretaram danos ao meio ambiente e à saúde humana. Apesar da agricultura ter sido fundamental para o desenvolvimento das civilizações, atualmente, enfrenta uma crise devido à exploração indiscriminada do meio ambiente. A agroecologia surge como uma alternativa para mitigar esses problemas. No Brasil, o tema é abordado como ciência, prática e movimento social. Nesse contexto, este estudo investigou como a agroecologia, a partir desses três aspectos, tem contribuído para a construção do conhecimento agroecológico no Tocantins, localizado na Amazônia Legal. Compreender o cenário da agroecologia no estado pode fortalecer o processo de construção do conhecimento, criar redes de relacionamentos e gerar políticas públicas para o setor. Para alcançar esse objetivo foram utilizados métodos quali-quanti, incluindo revisão sistemática de literatura, bibliometria, revisão narrativa e análise de conteúdo. Enquanto ciência, observou-se que a produção científica sobre a agroecologia na Amazônia Legal é limitada em bases de dados internacionais, sendo ainda mais escassa quando se trata do Tocantins. No entanto, as informações coletadas em ambientes científicos da Associação Brasileira de Agroecologia, revelaram um maior envolvimento com a temática, com números bem maiores de material de divulgação de experiências. Identificou-se uma diversidade de instituições e pesquisadores envolvidos, o que reflete a pluralidade da agroecologia. Enquanto prática, as experiências agroecológicas são predominantemente encontradas em territórios de povos e comunidades tradicionais, como áreas indígenas, quilombolas e assentamentos. Os movimentos sociais desempenham um papel crucial na promoção da agroecologia, destacando-se a Rede Articulação Tocantinense de Agroecologia (ATA) que reuni diversos movimentos e organizações em prol da promoção da agroecologia. Os Núcleos de Estudos em Agroecologia (NEAs), que nasceram com uma estrutura de interação entre ciência, prática e movimento social, e a partir de uma política pública demandada pelos movimentos, conseguiu a academia das comunidades e da sociedade. No entanto, a desmantelamento das políticas públicas de promoção da agroecologia a partir de 2016 e os impactos da pandemia da Covid-19 levaram tanto os movimentos sociais quanto os NEAs a operarem principalmente na resistência. Com a recente mudança de governo, mais alinhado às causas ambientais e sociais, há expectativas de uma reaproximação entre o poder público, os movimentos sociais e a sociedade civil. Isso pode resultar na reestruturação das políticas públicas de promoção da agroecologia. No entanto, apesar da diversidade de atores envolvidos na agroecologia no Tocantins, há um distanciamento entre esses grupos, o que prejudica a criação de uma rede de agroecologia no estado. Esse desafio precisa ser superado para fortalecer o movimento agroecológico e aproveitar o atual contexto político nacional favorável. |