Técnica de solução de problemas: intervenção em idosos com indicativo de depressão
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/253 |
Resumo: | No contexto atual, os idosos brasileiros convivem com diversos problemas nas esferas física, social e psicológica, representando fator desencadeante de sintomas depressivos com impacto negativo sobre vários aspectos da vida desses indivíduos. Sob este prisma, evidencia-se a necessidade de que as estratégias de intervenção à saúde do idoso apontem iniciativas que alcancem aspectos mais amplos, constituindo, portanto, como desafio, assegurar ações capazes de atribuir significado à vida, proporcionando ao idoso a elaboração de novas perspectivas frente aos desafios. Assim, a Técnica de Solução de Problemas (TSP) surge como uma estratégia de conduta terapêutica aos pacientes deprimidos configurando-se como uma possibilidade de abordagem a ser realizada pelo enfermeiro, munido de características, habilidades e embasamento científico/teórico. Dessa forma, essa pesquisa objetivou avaliar o impacto da TSP através de grupos terapêuticos como estratégia de intervenção junto a idosos com indicativo de depressão que frequentam a Unidade de Atenção ao Idoso (UAI), e especificamente, traçar perfil sócio demográfico e econômico dos idosos; estimar a prevalência de indicativo de depressão; comparar escores indicativos de depressão antes e após a intervenção; descrever as repercussões da TSP nas estratégias de Coping usadas para enfrentamento de problemas antes e após a intervenção; desvelar potencialidades da TSP através de grupos terapêuticos como estratégia de intervenção junto a idosos com indicativo de depressão.Trata-se de um estudo com abordagens quali/quantitativas, de acordo com os objetivos propostos. A pesquisa foi realizada na UAI do município de Uberaba – MG , com pessoas de 60 anos ou mais, de ambos os sexos, que frequentavam a unidade periodicamente. O estudo foi desenvolvido em duas etapas, a saber: 1ª etapa: Perfil socioeconômico/demográfico e Estimativa de prevalência de depressão; 2ª etapa: Intervenção com desenvolvimento da TSP através de grupos terapêuticos e Avaliação. Os instrumentos utilizados foram: Questionário Brasileiro de Avaliação Funcional e Multidimensional (BOMFAQ); Escala de Depressão Geriátrica Abreviada; Inventário de Estratégias de Coping. A análise dos dados foi feita por meio da estatística descritiva em frequência simples. A taxa de prevalência foi segundo a fórmula número de casos existentes em dado local momento período x 10 n dividido por população do mesmo local e período. Foram ainda calculados comparativamente os escores obtidos antes e após a intervenção, a fim de evidenciar alterações, por meio do teste T - pareado. Para análise dos dados referentes às estratégias de enfrentamento, obtidos pelo Inventário de Estratégias de Coping-Jaloitec foi calculada pontuação relativa. A análise dos depoimentos emergentes nos grupos terapêuticos foi feita no Software de análise qualitativa ATLAS.ti, norteada pela teoria de Bardin (2010). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, sob protocolo nº 2316. O estudo mostrou que dos 317 idosos que frequentam UAI a maioria foi representada pelo sexo feminino com 73,73%. 46,2% encontravam-se entre 60├ 70 anos, houve predominância dos viúvos com 36,7%, possuem um a cinco anos de estudo (59,17%) e são predominantemente donas de casa (59,17%). Maioria possui casa própria quitada (78,79%) com renda de 1 (um) salário (39,87%). Com relação à estimativa de prevalência de depressão identificou-se valor de 30,9%. A média dos escores de depressão no período pré-intervenção foi de 10,73 e no pós-intervenção de 5,27, evidenciando diferença significativa na comparação dos escores médios de depressão (p=0,00). Os resultados indicaram, ainda, que as estratégias de Coping, utilizadas para solução dos problemas, antes da intervenção, eram predominantemente focadas nas emoções, com ênfase para a estratégia emotiva (36,3 %), e verificou-se que as estratégias adotadas após a intervenção foram confrontiva e sustentativa, totalizando 63,6 % dos indivíduos, que constituem estratégias positivas, focadas no problema, aumentando chances de resoluções efetivas. Os resultados evidenciados como potencialidades da TSP em grupo terapêutico mostraram reelaboração do significado da depressão e compreensão do problema por meio da análise cognitiva da sintomatologia depressiva e reflexão acerca dos fatores precursores da depressão; concepção de novas estratégias de solução para os problemas da vida; elaboração de comportamento frente à vida e construção de significados intrínsecos sobre grupos terapêuticos. Identificou-se empoderamento pessoal e melhora das habilidades de enfrentamento e adaptação, explicitando o impacto da intervenção com efeitos no âmbito domiciliar, nas relações familiares e na forma de compreender e interpretar situações, minimizando sintomas depressivos. Por fim, o presente estudo levantou problemas de extrema relevância e otimizou evidências dessa conduta terapêutica como forma de tratamento para pacientes deprimidos, com custos reduzidos e viabilidade de tratamento em curto prazo, o que vai ao encontro das necessidades do ponto de vista de saúde pública no Brasil. |