Arteterapia e depressão: efeitos da arteterapia como terapia complementar no tratamento da depressão em idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ciasca, Eliana Cecília
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-06062017-082522/
Resumo: O Transtorno Depressivo Maior (TDM) está entre as síndromes psiquiátricas que mais atingem a população em geral. A prevalência da depressão durante a vida é de 7 a 12% para homens e 20 a 25% para mulheres, independente de raça, educação, estado civil ou renda. Entre os idosos a prevalência é de aproximadamente 5%. Além do tratamento medicamentoso, as psicoterapias têm um papel importante durante a fase aguda e na fase de remissão. A Arteterapia é uma abordagem terapêutica primordialmente não verbal, e tem sido utilizada em diversos contextos, mas há carência de estudos quantitativos que comprovem sua eficácia. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia da Arteterapia para uma população de mulheres idosas com diagnóstico de TDM, segundo o DSM - 5 = Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais - 5º versão, medicadas. Participaram do estudo 66 idosas com diagnóstico de TDM em tratamento medicamentoso, sem mudança medicamentosa durante o estudo e intactas no ponto de vista da cognição. Essas idosas foram alocadas aleatoriamente em dois grupos: 33 constituíram o Grupo Experimental (GE), que constou de 20 oficinas de Arteterapia com duração de noventa minutos, semanalmente, e 33 participaram do Grupo Controle (GC) o qual não recebeu nenhuma intervenção. Ambos os grupos foram avaliados com as mesmas escalas no início e após 20 semanas. Foram utilizadas as seguintes escalas para avaliar aspectos cognitivos - Mini exame do Estado Mental (MEEM), o Teste do Desenho do Relógio (TDR), o teste de Fluência Verbal - categoria animal (FV), e o teste Trilhas A. Para a avaliação Visuoconstrutiva foi utilizada a Figura complexa de Rey - cópia e evocação. Para avaliar aspectos psiquiátricos foram utilizadas a Geriatric Depression Scale (GDS), a Escala de Beck para Depressão (BDI) e a Escala de Beck para Ansiedade (BAI). Para avaliar qualidade de vida - Functional Assessment Staging Test (FAST). No final do estudo 31 idosas completaram todas as oficinas do GE e 25 idosas do GC retornaram para as avaliações finais, apesar de todas terem sido contatadas. O GC diminuiu na GDS 0,6 ± 2,3 pontos, enquanto o GE diminuiu 3,2 ± 3,4 pontos, e esta diferença entre os grupos foi significante (p = 0,007). Na escala BDI, o GC diminuiu 1,6 ± 4,9 pontos e o GE diminuiu 8,6 ± 12,8 pontos (p = 0,025). Na escala BAI, o GC diminuiu 2,9 ± 1,4 pontos e o GE diminuiu 8,9 ± 14,5 pontos (p = 0,032). Não foram encontradas diferenças nas demais escalas. Assim, houve diferença entre os grupos Controle e Experimental após as 20 semanas nos aspectos psiquiátricos de depressão e ansiedade. Não foram observadas mudanças na cognição. Desta forma, intervenções como a deste estudo parecem auxiliar no tratamento de sintomas depressivos e ansiosos de idosas com TDM