Avaliação do efeito de EPs®7630 frente à linfócitos citotóxicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: CARDOSO, Isabela David
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1385
Resumo: Contexto: Pelargonium sidoides é uma importante planta com propriedades medicinais originária da região da África do Sul e Lesoto, amplamente utilizada no tratamento de infecções respiratórias por meio do seu extrato comercializado EPs®7630. Atualmente, os resultados de investigações pré-clínicas indicam que a atividade farmacológica de P. sidoides inclui moderados efeitos antimicrobianos, marcante modulação da resposta imune não-específica, especialmente com propriedades imunomoduladoras por meio do estímulo sobre a atividade de células natural killer (NK). Poucos são os estudos que avaliam a atividade das células NK e sua citotoxicidade na presença do EPs® 7630. Objetivo: avaliar os efeitos a curto prazo causados pelo EPs®7630 sobre linfócitos citotóxicos na proliferação, ativação e degranulação celular, na produção de proteínas contidas em seus grânulos citolíticos e na expressão do gene da perforina (PRF1). Método: Foram utilizadas células mononucleares de sangue periférico de indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos, saudáveis, sem histórico de neoplasias, doenças autoimunes e doenças infecciosas crônicas ou ativas no momento da inclusão do estudo. As células foram subdivididas entre três grupos (sem tratamento, tratadas com EPs® 7630 a 10μg/mL e controle veículo) e incubadas em estufa CO2 a 5% a 37ºC por 4 horas. Posteriormente, foi realizada imunofenotipagem dessas células por citometria de fluxo a fim de se quantificar os linfócitos T e suas subpopulações, as células NK, o marcador CD38 para ativação celular, o marcador CD107a para degranulação celular, além da proteína perforina em sua forma inativa (BD48) e em sua forma ativada (DG9) em linfócitos TCD8 e células NK. Já a análise da expressão do gene da perforina PRF1 foi realizada pela da técnica RTq-PCR (PCR em tempo real). Os testes estatísticos foram realizados por meio do programa GraphPad Prism e as análises foram consideradas estatisticamente significantes para p < 0,05. Resultados: houve um pequeno aumento na proliferação de linfócitos T após o tratamento com o EPs® 7630 a 10μg/mL por 4 horas, no entanto sem diferença estatisticamente significativa entre as médias (41,14 ± 10,41 vs. 43,25 ± 10,83; p=0,199). Observou-se quantidades semelhantes entre as médias dos grupos sem tratamento e com tratamento de linfócitos TCD8 (66,38 ± 12,11 vs. 66,28 ± 11,42 respectivamente; p=0,997), de linfócitos TCD4 (24,74 ± 14,33 vs. 24,65 ± 14,23, respectivamente; p=0,998) e de células NK (8,70 ± 3,62 vs. 8,18 ± 3,02, respectivamente; p=0,432). O número de linfócitos com marcação de ativação CD38+ também foi semelhante entre tratados e não tratados. A quantificação de perforina em sua forma inativa (BD48) e ativada (DG9) nos linfócitos TCD8 não diferiu entre tratados e não tratados. Em relação às células NK, a média de perforina em sua forma inativa (BD48) nos grânulos citolíticos se mostrou maior no grupo tratado em comparação às células sem tratamento, porém sem diferença estatisticamente significativa (29,20 ± 11,10 vs. 24,29 ± 11,00, respectivamente; p=0,346). Pôde-se evidenciar que houve aumento significativo na quantidade de perforina ativa (DG9) em função do tratamento com EPs®7630 a 10μg/mL por 4 horas quando realizada comparação ao grupo de células sem tratamento (11,87 vs. 8,6, respectivamente; p=0,048). Quanto à degranulação, não foram observadas diferenças quanto ao tratamento, tanto em linfócitos T CD8 quanto em células NK. Na avaliação da expressão gênica de PRF1, observou-se maior número de transcritos do gene, cerca de 6 vezes mais, no grupo de células tratadas com o EPs®7630 a 10μg/mL em comparação ao grupo sem tratamento, (0,02 vs. 0,003, respectivamente; p=0,0079). Conclusão: Foi observado que o extrato comercial à base de P. sidoides é capaz de modular o sistema imune inato por meio da ativação de perforinas presentes nos grânulos citolíticos das células NK. Esses resultados apontam o extrato EPs®7630 como uma substância com propriedades adjuvantes promissoras no tratamento de doenças causadas por células infectadas por vírus ou neoplásicas.