Análise comparativa da denervação no sistema nervoso entérico no megaesôfago chagásico versus idiopático na cárdia e nos terços esofágicos, em relação ao número total de neurônios e à proporção de neurônios SP+ (excitatórios) e NOS+ (inibitórios)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: JUNQUEIRA, Iracema Saldanha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/777
Resumo: Introdução/objetivo: Estudos clínicos sugerem que, no megaesôfago idiopático (MEI), prevaleceria lesão da inervação inibitória, enquanto no megaesôfago chagásico (MEC), haveria comprometimento tanto da inervação inibitória quanto excitatória. O objetivo deste estudo foi analisar comparativamente a denervação intramural, quanto ao número total de neurônios e à proporção de neurônios excitatórios e inibitórios, na cárdia (Cd) e nos terços esofágicos, entre os grupos MEC, MEI e chagásico sem megaesôfago (CSME), em relação ao controle não chagásico (NC). Casuística e Metodologia: Na primeira etapa, para a avaliação geral da denervação, foi feita contagem dos neurônios no plexo mientérico de 87 esôfagos, sendo 62 de necrópsias e 25 esofagectomias (NC = 19; MEI = 18; MEC = 22 e CSME = 28 casos), em 5 cortes escalonados corados por HE em um anel do terço inferior (TI), médio (TM) e do superior (TS), e em 5 cortes longitudinais de cada lado da Cd. Na segunda etapa, foram analisados 28 casos (NC = 6; MEI = 7; MEC = 7 e CSME = 8) para avaliação da proporção de neurônios inibitórios (NOS+) versus excitatórios (SP+), através de imuno-histoquímica. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significante entre a denervação no MEC x MEI em nenhuma região, observando-se frequente aganglionose. Estes grupos mostraram denervação significante em relação ao NC em todas as regiões. O grupo MEC mostrou denervação significante em relação ao CSME em todas as regiões; porém, o MEI diferiu do CSME apenas na Cd e TI. Alguns casos de MEI ainda apresentavam frequentes neurônios, predominantemente no TM e TS. No grupo CSME a denervação foi muito variável, sendo significante em relação ao NC no TI, TM e TS, mas não na Cd. Esses dados sugerem que a denervação na Cd pode ser mais importante para desencadear megaesôfago, assim como disfagia, que estava presente em dois casos de CSME com denervação maior que 95% apenas na Cd. Um caso de MEC discreto e recente também tinha denervação intensa apenas na Cd. Não foi evidenciada denervação seletiva em relação a neurônios NOS ou SP em nenhum grupo; porém, em um caso de MEI com denervação menos intensa e em um CSME com disfagia, houve maior perda de neurônios NOS que SP. Discussão/Conclusão: Nos megas a destruição neuronal foi total (aganglionose), ou quase total, dos dois tipos de neurônios. A denervação intensa na parte distal parece ser o principal fator para a patogênese do megaesôfago; entretanto, é possível que o desequilíbrio entre a proporção de neurônios inibitórios versus excitatórios possa contribuir para a disfunção motora em alguns casos, sobretudo na cárdia, como parece ter ocorrido em um caso de MEI com denervação menos intensa que a usual e em um CSME com disfagia.12