Microbiota no megaesôfago chagásico.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Pajecki, Denis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5154/tde-17022002-163819/
Resumo: A estase de secreção salivar e alimentos deglutidos na luz esofágica de pacientes com megaesôfago chagásico traz como consequências: (1) supercrescimento bacteriano na luz do órgão, (2) episódios de aspiração pulmonar e infecções respiratórias de repetição, (3) aumento do risco dos procedimentos terapêuticos cirúrgicos ou endoscópicos em caso de perfuração pela maior possibilidade de contaminação, (4) desenvolvimento de processos inflamatórios crônicos na mucosa esofágica, que podem predispor ao aparecimento de displasia e câncer. Apesar disto, a microbita esofágica no megaesôfago nunca foi estudado. Esse estudo teve o objetivo de analisar qualitativa e quantitativamente a microbiota presente no líquido de estase esofágico de pacientes portadores de megaesôfago chagásico, comparando-a com a existente em indivíduos sadios. Foram estudados prospectivamente 25 pacientes (10 homens e 15 mulheres) com idades variando de 24 a 74 anos ( &#61507; = 49,1a). Quinze pacientes eram portadores de esofagopatia chagásica, sendo 5 portadores de mega grau I (MG1), 5 portadores de mega grau II (MG2) e 5 portadores de mega grau III (MG3), segundo a classificação de Rezende; e 10 indivíduos sadios, agrupados no Grupo Controle (GC). Utilizou-se método de coleta que permitia aspiração de líquido através de sonda de Levine diretamente da luz esofágica, evitando-se a contaminação com microrganismos da orofaringe. Após análise microbiológica qualitativa e quantitativa, foi feita a descrição dos microrganismos encontrados nos vários grupos e sua classificação em aeróbios Gram positivos, aeróbios Gram negativos, anaeróbios e fungos. A análise estatística visou avaliar diferenças quantitativas entre os microrganismos nos diferentes grupos, sendo para tanto utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, com nível de rejeição menor 0,05 (5%). A positividade das culturas no Grupo Controle foi 40%, com predomínio do gênero Streptococcus sp, em concentrações que variaram de 101 a 102 ufc/ml. No Grupo Megaesôfago 93,3% da culturas foram positivas, com grande variedade de bactérias, mas predomínio de aeróbios Gram positivos (Streptococcus sp. foi o mais comum) e anaeróbios (Veillonella sp foi a mais freqüente) em concentrações que variaram de 101 a 105 ufc/ml. As concentrações foram geralmente mais elevadas em MG3, quando comparado com MG1, MG2 e GC (p<0,05). Concluiu-se que no megoesôfago, diferentemente dos indivíduos sadios, existe a presença de rica microflora bacteriana, constituída principalmente por aeróbios Gram positivos e anaeróbios, em concentrações tanto maiores quanto maior o seu grau de dilatação. Parte desta microbiota tem capacidade de metabolizar nitratos, etapa importante na formação de nitrosaminas.