Qualidade de vida e depressão entre profissionais de enfermagem em hospitais de ensino.
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Atenção à Saúde das Populações BR UFTM Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/124 |
Resumo: | As temáticas relacionadas à saúde mental como a depressão e a medida da qualidade de vida (QV) têm contribuído para a compreensão do cotidiano laboral dos profissionais de saúde, sobretudo a equipe de enfermagem. O objetivo deste estudo foi analisar a QV e a depressão entre os profissionais de enfermagem de hospitais de ensino e os fatores associados. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional, transversal e analítico, realizado em três hospitais de ensino da cidade de Uberaba-MG, sendo dois com certificação de ensino (Hospital Universitário e Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro) e um com características de ensino aguardando a certificação do Ministério da Saúde e Educação (Hospital Dr. Hélio Angotti). Para a coleta de dados foram utilizados três instrumentos, sendo um questionário sociodemográfico, o Inventário de Depressão de Beck e o WHOQOL-BREF, no período de fevereiro a junho de 2013, considerando três meses de coleta para cada instituição. Para a análise de dados utilizou-se frequências absolutas e percentuais, medidas de posição (média, mediana) e dispersão (desvio padrão, valor mínimo e máximo). Para identificar as classes de depressão foi utilizada a tabela categórica para população geral do Inventário de Beck. Também realizadas as análises da Correlação de Pearson e de Spearman e do teste t-Student. O instrumento de qualidade de vida foi analisado de acordo com sua sintaxe, e também foi realizada a regressão linear múltipla entre as variáveis potenciais confundidoras e a depressão e a qualidade de vida. O programa estatístico utilizado foi o software Statistic Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0. O nível de significância para os testes foi de 0,05%. De uma população de 959 profissionais de enfermagem foram sorteados 635 e participaram da pesquisa 519 profissionais, dentre eles técnicos em enfermagem (85,7%) e enfermeiros (14,3%). Os resultados mostraram que os profissionais foram predominantemente do sexo feminino (82,9%), com faixa etária de 19 a 67 anos, com média de 36,9 anos. 53,8% eram casados ou viviam em união estável. Moravam sozinhos cerca de 8,9%, 49,1% tinham um ou dois filhos. A renda de um a dois salários mínimos foi representada por 18,9% profissionais e de 49,3% de três a cinco salários. Em relação ao turno de trabalho 60,7% pertenciam ao período diurno e 39,3% ao noturno. Tinham outro emprego 29,9% dos profissionais, e a maioria 57,8% realizava hora extra. A média de horas diárias de sono foi 6,43 horas. Dos profissionais que declararam ter algum tipo de doença 7,7% responderam depressão, 10,6% doença cardíaca, 11,6% doença osteomuscular e 31,4% tiveram afastamentos nos últimos dois anos. Neste estudo a presença de sinais indicativos de depressão foi de 21,9%. O escore de depressão associado às variáveis sociodemográficas revelou que somente a variável sexo apresentou-se estatisticamente significante (p=0,04). O sexo feminino (média=9,66) apresentou média mais elevada de depressão, tal como na população em geral. Em relação à QV o domínio ambiental apresentou o menor escore (56,20) e o domínio social ficou com o maior escore médio de qualidade de vida (92,64). Para o domínio ambiental as variáveis de vínculo empregatício (p=0,01), cargo (p=0,0004) e turno de trabalho (p=0,01) apresentaram-se estatisticamente significantes, implicando maior média de QV para os profissionais concursados, cargo de enfermeiro e do turno noturno, contradizendo outros estudos que acreditam ser este turno o fator de predisposição para a depressão. Para os domínios social e psicológico apenas a variável sexo apresentou-se estatisticamente significante (p=0,02) e (p=0,0002) respectivamente, onde as médias de QV foram mais elevadas para o sexo masculino. O escore de depressão impactou negativamente a qualidade de vida em todos os domínios, apresentando p < 0,001, tendo associação forte para todos os domínios, onde o físico (r = -0,62), ambiental (r = -0,51), social (r = -0,58) e psicológico (r = -0,69). Os valores negativos demonstram que quanto menor a qualidade de vida maior o escore de depressão. Este trabalho pode contribuir para novas ações considerando a saúde do trabalhador. São necessárias medidas de avaliação de QV e depressão no trabalho de enfermagem como parâmetro para a educação em saúde, avaliação de desempenho, satisfação no trabalho e cuidado com o cliente. |