Psicologia, Famílias e Atenção Básica à Saúde: modelos de atuação em Uberaba/MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: ANDRADE, Wellington Douglas de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/502
Resumo: A presente dissertação de mestrado se trata da reunião de dois estudos, um de revisão e outro empírico. O objetivo desta foi aprofundar o conhecimento sobre a atuação do psicólogo na Atenção Básica em Saúde (ABS) junto às famílias, tomando a ABS do município de Uberaba/MG como região específica para investigação. A literatura aponta que a forma como o profissional entende o que é família influencia na assistência prestada a ela, e que evidenciá-la pode alicerçar reflexões e favorecer a aplicação de ações mais adequadas. O primeiro estudo objetivou compreender como a família vem sendo percebida pelos profissionais da ABS. Com a ferramenta Prática Baseada em Evidência (PBE), o corpus (10 artigos) foi composto por estudos, publicados nos últimos 10 anos, recuperados nas bases BVS, SciELO, MedLine e PsycINFO, seguindo critérios pré-estabelecidos. Constatou-se ser consensual o entendimento de família que supera o modelo nuclear, mas ainda apresentando preconceitos. Notou-se também que a forma como os profissionais pensam as famílias dialoga com o que é preconizado pelo SUS, com possibilidades de ofertar uma assistência satisfatória. O segundo estudo, com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre a prática psicológica com famílias na ABS do município de Uberaba/MG, pautou-se na crítica que aponta inadequações na atuação do psicólogo na ABS e carência de estratégias e modelos de atuação para esse contexto. Os participantes foram os psicólogos da ABS, que afirmaram trabalhar de forma direta ou não com famílias, excluindo-se aqueles que, eventualmente, estivessem atuando enquanto servidor cedido de outra área. Foram entrevistados 21 profissionais mediante entrevista semiestruturada, gravada em áudio e, após, transcrita integralmente. Analisaram-se os dados com as ferramentas Análise de Conteúdo Temática e da Enunciação de Bardin, e foram identificadas três formas de atuação: focada na família (três profissionais), individual com intervenções na família (nove profissionais) e individual, na qual a família era indiretamente trabalhada (nove profissionais). Na primeira, prevaleceram atuações diretas na família e junto à ESF, sendo atendidos individualmente apenas casos graves e demandas específicas. Na segunda, prevaleceram atendimentos individuais, entretanto, com intervenções nas famílias que, segundo eles, são indispensáveis para efetividade da assistência prestada. Na terceira, reuniram-se atuações estritamente no modelo clínico individual, com a crença de que ocorrem, indiretamente, mudanças na família à medida que mudanças no indivíduo refletem no âmbito familiar. Identificou-se que psicólogos e ESF solicitam-se muito reciprocamente, com exceção dos profissionais que atuam estritamente com o indivíduo, que, em geral, apenas recebem encaminhamentos. Constatou-se que, majoritariamente, a ESF encaminha e solicita o psicólogo para demandas individuais e de cunho curativo, ocasião em que o psicólogo, dependendo da estratégia de atuação que adota, traz a família para o atendimento. As principais estratégias constatadas na prática dos psicólogos foram: realização de visitas domiciliares, grupos, atendimentos domiciliares, orientações às esquipes da ABS e às famílias. Embora as atuações em equipe multiprofissional sejam preconizadas pela ABS, prevaleceram ações individualizadas. Apontaram-se entraves para atuação como: falta de material, de transporte, sobrecarga com demandas curativas, judiciais e do Conselho Tutelar. Conclui-se que os psicólogos têm inovado em suas formas de assistência ao trabalhar com grupos, com a comunidade, aplicando seu olhar amplo, atuando de forma multiprofissional, ampliando sua visão para a saúde e se inserindo nas equipes da ESF.