Estudo dos fatores de risco cardiometabólicos em mulheres com tireoidite crônica autoimune
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/1043 |
Resumo: | A Tireoidite Crônica Autoimune (TCA) é causada pelo ataque a tireoide por linfócitos T desencadeando a produção de anticorpos específicos, sendo considerada a causa mais comum de hipotireoidismo em adultos, sobretudo em mulheres. As principais manifestações clínicas são os sinais e sintomas de hipotireoidismo. A Síndrome Metabólica (SM) é uma complexa inter-relação de fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes. Esses fatores incluem hiperglicemia, hipertensão, concentrações elevadas de triglicerídeos, HDL-c baixo e acúmulo de gordura abdominal. A estimativa do risco de doença aterosclerótica resulta da somatória do risco associado a cada um dos fatores de risco mais a potencialização causada por sinergismos entre alguns desses fatores. O binômio tireoide e SM ganha destaque, uma vez que a disfunção da glândula tireoidiana altera importantes vias metabólicas resultando na instalação dos elementos constituintes da SM. O principal objetivo deste trabalho foi estudar os principais fatores de risco cardiometabólicos, clínicos e laboratoriais, presentes em mulheres com TCA tratadas na pré e pós menopausa com levotiroxina e, portanto, eutireoideas. Trata-se de estudo transversal, analítico, com abordagem quantitativa. Os dados foram colhidos no ambulatório de Endocrinologia da UFTM utilizando instrumento que contemplava os dados socioeconômicos, antropométricos, clínicos e laboratoriais. Foram estudadas 109 mulheres, sendo divididas em quatro grupos: mulheres com TCA na pré menopausa (n= 25), mulheres com TCA na pós menopausa (n= 31), mulheres comparativas na pré menopausa (n= 25) e mulheres comparativas na pós menopausa (n= 28), com idades entre 21 e 66 anos. As variáveis categóricas foram analisadas empregando-se distribuições de frequência absoluta e relativa. Foi realizada análise comparativa dos fatores de risco cardiometabólicos entre os grupos afetados e os grupos comparativos, bem como das frequências de ocorrências dos fatores de risco cardiometabólicos entre os grupos com TCA e normal; além de correlações entre variáveis numéricas clínicas e laboratoriais. O nível de significância dos procedimentos inferenciais foi de 5%. Avaliando-se os índices de adiposidade notou-se que as mulheres com TCA na pós menopausa apresentaram valores de circunferência abdominal (CA) maiores que as mulheres do seu respectivo grupo comparativo. Em relação ao perfil metabólico notou-se que as médias das concentrações da glicemia de jejum e HbA1c foram significativamente maiores nos dois 9 grupos com TCA que nos seus grupos comparativos, e em relação as concentrações de insulina foi maior no grupo comparativo pós menopausa em relação ao grupo de mulheres afetadas na pós menopausa. Com relação ao índice HOMA-IR apresentou diferença estatística em relação ao grupo comparativo pós menopausa e o grupo comparativo pré menopausa, sendo maior no grupo comparativo pós menopausa. Quanto ao perfil lipídico, verificou-se diferença em relação ao HDL-c sendo menor no grupo com TCA pré menopausa em relação ao seu grupo comparativo, e com relação ao grupo com TCA na pós menopausa verificou-se que as concentrações de CT, HDL-C e ñ-HDL-c foram significativamente maiores em relação ao seu grupo comparativo. Escore de risco global foi significativamente maior nas pacientes com TCA em relação aos grupos comparativos. Por definição e critérios convencionais adotados, 36% das mulheres do grupo com TCA na pré menopausa contra nenhuma participante do grupo controle apresentaram síndrome metabólica. Já com relação ao grupo com TCA na pós menopausa, 51,6% das mulheres apresentaram síndrome metabólica contra 14,3% das participantes do grupo comparativo. Conclui-se, por esses resultados, que pacientes com TCA, tanto no pré quanto na pós menopausa, apresentaram concentrações de glicemia de jejum e HbA1c significantemente maiores que nos grupos comparativos, estes dados sugerem a presença de resistência insulínica. Se a mesma se deve à TCA ou ao sobrepeso/obesidade, o desenho do presente estudo não permitiu concluir. Para tal, um estudo futuro deverá necessariamente selecionar pacientes com TCA e controles com valores de IMC dentro da normalidade. |