Adoção de crianças com quadro de adoecimento crônico: investigação sobre a rede de apoio social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: BORGES, Camila Aparecida Peres
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/808
Resumo: O objetivo geral desta Dissertação foi compreender o processo de adoção de crianças com algum quadro de adoecimento crônico, de acordo com os pais por adoção e também pela rede de apoio social. Para atingir esse objetivo foram desenvolvidos quatro estudos, sendo um de base documental e três estudos de casos múltiplos de caráter qualitativo. O Estudo 1 teve por objetivo apresentar uma revisão integrativa acerca das adoções necessárias e de como esse tema vem sendo investigado e discutido na literatura científica. A partir da busca nas bases/bibliotecas LILACS, SciELO, PePSIC e PsycINFO (2013-2017), foram recuperados 26 estudos. A maior parte priorizou como necessárias as adoções de crianças maiores de dois anos, com poucos estudos sobre crianças com deficiência, com quadro de adoecimento e com irmãos. Nos Estudos 2 e 3 foram entrevistadas quatro famílias que adotaram crianças com algum quadro de adoecimento crônico em uma cidade do interior de Minas Gerais. As entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo e interpretadas a partir da Psicologia Positiva e da literatura da área. O Estudo 2 objetivou compreender os principais aspectos dificultadores, facilitadores e adaptativos vivenciados por pais com filhos por adoção com algum quadro de adoecimento crônico. Os pais apontaram como aspectos dificultadores a falta de informação por parte de instituições e profissionais de saúde, mitos acerca da adoção, a aceitação quanto à filiação pela adoção, a atuação da Vara da Infância e Juventude, a falta de conhecimento sobre o adoecimento crônico e dificuldades financeiras. Também destacaram facilidades como amor, união, vínculo e a construção da parentalidade. O Estudo 3 teve por objetivo conhecer a rede de apoio social de pessoas que adotaram crianças com adoecimento crônico, bem como suas percepções em relação ao apoio recebido. Elencaram que familiares e amigos possibilitaram interações sociais significativas e constituíram os principais meios de ajuda para o cuidado com o(a) filho(a). As instituições positivas destacadas, o sistema oficial de saúde e o Grupo de Apoio à Adoção, foram locais em que buscaram informação e acolhimento. Foram elencados três tipos de apoio social recebidos: emocional, material e de informação. Já o Estudo 4 teve por objetivo investigar, junto à rede de apoio social de famílias que adotaram crianças com adoecimento crônico, os sentidos sobre a adoção e o apoio oferecido. Foram entrevistadas dez pessoas que representavam a rede de apoio social das quatro famílias entrevistadas nos Estudos 2 e 3, sendo oito mulheres e dois homens. Em relação à adoção, trouxeram elementos relacionados à espiritualidade, caracterizando a adoção como um ato de amor, opção de constituir família e também aspectos relacionados à infertilidade e à caridade. Em termos do apoio oferecido às famílias, foi possível perceber que a atuação como membro da rede de apoio social é potencializadora de sentido de vida, uma vez que essas pessoas conseguem empregar suas habilidades e recursos pessoais para contribuir com o desenvolvimento de outrem. A Dissertação apontou que a adoção de crianças com adoecimento crônico pode ser favorecida não apenas a partir de condições e características pessoais dos pais, mas também pelo engajamento da rede de apoio social. Reforçar a necessidade desse apoio nos cursos preparatórios para a adoção e também nas avaliações psicossociais realizadas pelo Judiciário pode contribuir para a assunção de processos mais bem-sucedidos, proporcionando um melhor exercício de filiação/parentalidade, bem como um cuidado em saúde atento às necessidades dessas famílias (CAPES).