O efeito da música sobre a ansiedade de doadores de sangue: ensaio randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Karla Fabiana Nunes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/643
Resumo: A ansiedade, no contexto da doação de sangue, exerce influência negativa sobre a intenção de doar, restringe a possibilidade de futuras doações, aumenta a probabilidade de dor à venopunção e reduz a satisfação dos doadores. Estratégias para identificar a ansiedade nos doadores de sangue e intervenções que promovam sua redução devem ser encorajadas. Estudos vêm demonstrando o uso da intervenção musical pela enfermagem em diversas áreas e diferentes contextos, com a finalidade de promover relaxamento muscular, bemestar, alívio da dor, estimular a memória, reduzir o estresse e a ansiedade, com reduções do cortisol e influência sobre parâmetros vitais. O presente estudo teve como objetivo, avaliar o efeito da música sobre a ansiedade-estado, os parâmetros fisiológicos e laboratoriais, em doadores de sangue. Trata-se de um estudo experimental, do tipo ensaio clínico randomizado, duplo-cego, conduzido de acordo com as recomendações do Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT), realizado no período de fevereiro a maio de 2018, em um Hemocentro Regional, localizado em um município do Triângulo Mineiro. Participaram do estudo 126 doadores de sangue total, divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo grupo experimental (intervenção musical antes da doação de sangue) e grupo controle (rotina padrão). O processo de coleta de dados ocorreu após aptidão nas triagens clínica e hematológica e antes da doação de sangue. Utilizou-se um instrumento elaborado especificamente para este estudo. A intervenção musical constitui-se de um repertório de músicas eruditas aplicadas através de fones de ouvidos, por aproximadamente 25 minutos. Análises descritivas foram usadas para as variáveis quantitativas, Teste t Student para análise das diferenças entre os escores de ansiedade, da frequência cardíaca e da respiratória; Teste não paramétrico de Mann-Whitney para análise das diferenças entre os valores de pressão arterial sistólica e diastólica, saturação de oxigênio e níveis de cortisol. Na análise intra-grupo, empregou-se Teste t pareado para escores de ansiedade, frequência cardíaca e respiratória e, Teste não paramétrico de Wilcoxon, para pressão arterial sistólica e diastólica, saturação de oxigênio e níveis de cortisol. O nível de significância utilizado foi α=0,01. A pesquisa foi aprovada pelos Comitês de Ética em Pesquisa das Instituições e foi registrada na plataforma de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos. Os Testes t e Qui-quadrado mostraram que os grupos são homogêneos e comparáveis. Os resultados evidenciaram que a intervenção musical reduziu os escores de ansiedade-estado, contudo, sem significância estatística (p=0,312). Em contrapartida, foram observadas reduções significativas na frequência cardíaca (p=0,006), frequência respiratória (p=0,007) e níveis de cortisol (p<0,001). Não foram observadas diferenças significativas entre pressão arterial sistólica (p=0,17), diastólica (p=0,98) e saturação de oxigênio (p=0,31). Concluiu-se, portanto, que a intervenção musical reduziu os escores de ansiedade-estado dos doadores de sangue, demonstrando ser eficaz na redução de alguns indicadores fisiológicos e laboratoriais, os quais apresentam-se alterados frente a situações ansiogênicas.