ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE INFECÇÕES HOSPITALARES EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA CARDÍACA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Andrade, Érica Vieira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Atenção à Saúde das Populações
BR
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/158
Resumo: As infecções hospitalares constituem um problema de saúde pública mundial e sua ocorrência após cirurgias cardíacas representa uma grave complicação que sempre ocasiona consequências maléficas. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a ocorrência de infecções hospitalares em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca em um hospital de ensino, de Minas Gerais, no período de julho de 2005 a julho de 2010. Trata-se de um estudo retrospectivo, longitudinal, com abordagem quantitativa, realizado com 460 pacientes. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFTM sob parecer nº 1611. Os dados foram coletados das fichas de notificação de infecção hospitalar e dos prontuários dos pacientes, utilizando-se um instrumento constituído por dados sociodemográficos, clínicos e referentes ao perioperatório. Para a análise dos dados utilizou-se o software SPSS. As variáveis qualitativas foram analisadas segundo estatística descritiva e para as quantitativas foram utilizadas medidas descritivas de centralidade e dispersão. Para identificar os fatores de risco associados à infecção hospitalar e para verificar a relação entre infecção e ocorrência de óbito realizou-se análise bivariada e posteriormente, análise multivariada por regressão logística (α=0,05). Para verificar a relação entre ocorrência de infecção e tempo de permanência pós-operatória utilizou-se o teste t-Student (α=0,05). A incidência de pacientes com infecção hospitalar foi de 24,3% e os sítios infecciosos identificados, na população estudada, foram trato respiratório, sítio cirúrgico, trato urinário, corrente sanguínea, cutânea em úlceras por pressão, peritonite, endocardite e otite. A infecção do trato respiratório apresentou maior incidência (20,6%) quando comparada aos outros sítios. Dos pacientes com infecção do trato respiratório o microrganismo mais frequente (42,8%) foi Pseudomonas aeruginosa. Dos pacientes com infecção do sítio cirúrgico, Staphylococcus aureus foi o microrganismo prevalente (40,0%). Klebsiella pneumoniae foi o patógeno mais frequente nos pacientes com infecção do trato urinário (50,0%) e de corrente sanguínea (66,7%). Dos pacientes com infecção em úlceras por pressão, foram isoladas Enterobacter cloacae (50,0%), Klebsiella pneumoniae (50,0%), Morganella morganii (50,0%) e Escherichia coli (50,0%). Dos antibióticos utilizados no pós-operatório, a cefepima foi usada pela maioria (79,0%) dos pacientes. Verificou-se que tempo de intubação (p=0,005), tempo de permanência do cateter venoso central (p<0,001) e tempo de permanência da sonda vesical de demora (p<0,001) foram os preditores independentes para infecção hospitalar pós-operatória na população estudada. A ocorrência de infecção hospitalar (p<0,001) e de complicações pós-operatórias (p=0,001) foram os preditores independentes para a ocorrência de óbito após cirurgias cardíacas. A incidência de óbito entre os pacientes que desenvolveram infecção hospitalar foi de 32,1% e entre os pacientes sem infecção foi de 4,6%. O tempo médio de permanência hospitalar pós-operatória foi significativamente (p<0,001) maior para os pacientes com infecção hospitalar (23,5 dias) do que para os pacientes que não desenvolveram infecção (8,2 dias). Espera-se que esta pesquisa possa contribuir na elaboração e implementação de protocolos de prevenção e controle das infecções hospitalares, além de subsidiar o desenvolvimento de outros estudos relacionados a esta temática.