Sintomas depressivos e qualidade de vida em idosos na atenção primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: HAJJAR, Rosmarie
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/504
Resumo: O envelhecimento populacional brasileiro constitui um desafio para as políticas públicas, com estimativa de 65 milhões de idosos em 2050. A Atenção Primária, principal acesso ao Sistema Único de Saúde, é a responsável por incorporar ações que atendam à demanda da população idosa no âmbito municipal. A depressão se apresenta como um relevante e crescente problema de saúde pública sendo a principal psicopatologia em idosos, com repercussões importantes como diminuição da qualidade de vida, declínio funcional, aumento na utilização dos serviços de saúde e alta mortalidade em função de comorbidades e suicídio. O objetivo geral desta dissertação foi avaliar a qualidade de vida e os sintomas depressivos em idosos na atenção primária. Compõe-se de dois estudos de caráter exploratório, descritivo, quantitativo e transversal, realizados com 248 idosos cadastrados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), na cidade de Uberaba-MG. Os instrumentos utilizados foram: um questionário com dados sociodemográficos, de hábitos de vida e de condições de saúde, o Mini-Exame do Estado Mental – MEEM, a Escala Geriátrica para Depressão abreviada – EGD-15, o WHOQOL-Bref e o WHOQOL-Old. Para a análise dos dados foi utilizado o programa Software Statistical Package for Social Science (SPSS) versão 20.0 e nível de significância para todos os procedimentos inferenciais foi de 1% (p≤0,01). Este estudo recebeu autorização da Secretaria Municipal de Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. O primeiro estudo teve como objetivos determinar a sintomatologia depressiva e os fatores associados, bem como investigar diagnóstico de depressão anterior à pesquisa e a utilização de medicamento antidepressivo de acordo com a intensidade de depressão. Foi observada presença de sintomas depressivos em 32,7% dos idosos, sendo 25,4% com indicativo de depressão leve e 7,3% de depressão grave. Os fatores associados à presença de sintomas depressivos foram atividade física e comorbidades. Reportaram diagnóstico prévio de depressão 22,2% dos idosos e 17% faziam uso de medicação antidepressiva (44,4% dos idosos com indicativo de depressão grave, 22,2% daqueles com indicativo de depressão leve e 12% dos idosos sem indicativo de depressão). O segundo estudo teve por objetivos avaliar a percepção de qualidade de vida (QV) e sua relação com as variáveis socioeconômicas e os sintomas depressivos. Os idosos apresentaram escore global de percepção de QV pelo WHOQOL-Bref de 62,6, sendo o domínio psicológico com maior pontuação e o domínio ambiental menor e pelo WHOQOL-Old de 64,9, com escore melhor para a faceta intimidade e pior para faceta participação social. As variáveis, sexo, idade, escolaridade renda, ocupação, religião e possuir companheiro afetaram domínios do WHOQOL-Bref e facetas do WHOQOL-Old. Houve relação significativa entre os sintomas depressivos e os domínios psicológico e social do WHOQOL-Bref e a faceta atividades passadas, presentes e futuras do WHOQOL-Old. Os sintomas depressivos mostraram-se fortes preditores de piores escores de percepção de QV pelos dois instrumentos, sendo que menor escolaridade afetou o domínio psicológico e não possuir companheiro influenciou o domínio social e a faceta intimidade. Os resultados encontrados nestes dois estudos podem nortear programas, estratégias e intervenções para redução dos sintomas depressivos com redução no impacto negativo sobre a percepção de QV dessa população.