Equilíbrio ocupacional: explorando o uso do tempo da equipe de enfermagem de um hospital público universitário

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: MARCELOS, Joyce Lorena Maia
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro; Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem; Brasil; UFTM; Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
• Palavras-chave em Português: Equilíbrio ocupacional.; Uso do tempo.; Gerenciamento do tempo.; Estudos do tempo.; Equipe de Enfermagem.; Enfermeiro.; Técnico de Enfermagem.; Auxiliar de Enfermagem.; Terapia Ocupacional.; Occupational balance.; Time use.; Time management.; Time studies.; Nursing Team.; Nurse.; Nursing technician.; Nursing assistants.; Occupational Therapy.; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
• Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1282

O equilíbrio ocupacional é um conceito importante na ciência ocupacional associado ao uso do tempo e à satisfação do indivíduo com as atividades cotidianas. Este tem sido estudado em uma perspectiva individual e em populações com condições de saúde específicas, com poucas investigações em grupos profissionais. A investigação de fatores associados ao equilíbrio ocupacional em trabalhadores, incluindo o uso do tempo, pode contribuir para intervenções oportunas e centradas no indivíduo visando melhorar o equilíbrio entre as ocupações e promover saúde e bem-estar. Assim, essa dissertação teve como objetivo avaliar o equilíbrio ocupacional da equipe de enfermagem de um hospital público universitário, a partir da metodologia de uso do tempo. Estudo transversal realizado entre janeiro a março de 2020 nos setores de internação de um hospital público universitário. Participaram 107 profissionais da equipe de enfermagem, avaliados com questionário com informações sociodemográficas, profissionais, de hábitos de vida e de saúde; e Diário de Uso do Tempo para identificar as atividades realizadas no período de 24 horas em um dia de semana e em um dia de final de semana, categorizadas pela Classificação Internacional de Atividades para Estatísticas de Uso do Tempo 2016. Empregou-se estatísticas descritivas e Regressão Logística Binária. Maioria da amostra (81,3%) foi composta por técnicos/auxiliares de enfermagem; 90,7% de mulheres; 54,2% viviam com companheiro; média de idade de 38,57 anos e 66,4% tinham filhos. 33,6% dos participantes tinham pós-graduação, com média de 13,09 anos de formação e média de 8,10 anos de trabalho na instituição. A renda salarial média foi de 4,60 salários mínimos. A maioria era sedentária (53,3%); 34,6% consumiam bebida alcoólica e 5,6% eram tabagistas. 40,2% tem pelo menos um diagnóstico; 28,0% autorreferiram percepção de alguma doença e 83% avaliaram a saúde como boa/muito boa. Em dia de semana, o sono foi a atividade de maior gasto de tempo (média=462,09 minutos), seguida do trabalho (média=383,92 minutos), com mesma tendência no dia de final de semana. O lazer foi uma das atividades com menor uso do tempo em dia de semana (média=7,97 minutos), com aumento no dia de final de semana (média=14,30 minutos). A média de satisfação com o equilíbrio ocupacional foi 7,04 pontos, com 52,3% dos participantes insatisfeitos com o equilíbrio ocupacional. Viver com companheiro, percepção de doença autorrelatada, maior uso do tempo com atividade física como atividade principal em dia de semana e maior uso do tempo com convívio familiar/amigos como atividade secundária em dia de semana foram preditores de pior satisfação com o equilíbrio ocupacional. Prática de atividade física, maior uso do tempo com descanso em dia de semana e maior uso do tempo com convívio familiar/amigos e com lazer no final de semana associaram-se a melhor satisfação com o equilíbrio ocupacional. A metodologia de uso do tempo possibilitou identificar categorias de atividades que podem promover maior equilíbrio ocupacional e melhor satisfação com esse equilíbrio. Estes resultados podem subsidiar ações de saúde ocupacional e de promoção da saúde voltadas para apoiar profissionais da área da saúde, em especial trabalhadores da equipe de enfermagem, a melhorar seu equilíbrio ocupacional.