A riqueza de espécies de reservatórios prediz taxas locais de mortalidade por doença de Chagas?
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Medicina Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Infectologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1817 |
Resumo: | A hipótese do efeito de diluição postula a relação inversa entre a diversidade de hospedeiros e a probabilidade de transmissão de doenças. Não obstante, a hipótese do efeito de amplificação propõe a existência de uma relação direta entre a transmissão de patógenos e a maior diversidade de hospedeiros. A compreensão da diversidade de vetores, hospedeiros e reservatórios do agente etiológico Trypanosoma cruzi pode contribuir para o desenvolvimento da vigilância epidemiológica da doença de Chagas. Objetivamos testar as hipóteses de diluição e amplificação, considerando a possível relação entre as taxas de mortalidade por Chagas e a biodiversidade de espécies reservatório da doença. Utilizamos dados de mortalidade por doença de Chagas para cada município no país nos anos de 2018, 2019 e 2020; coordenadas geográficas para cada cidade, dados de densidade populacional humana e IDH para cada município; rasters indicando a riqueza de espécies e as variáveis ambientais baseados na literatura; e polígonos com centróides, utilizando o software QGIS. Na análise estatística foram usados Modelos de Equações Estimativas Generalizadas com significância estatística estabelecida em p<0,001. Obtivemos associação entre a riqueza de espécies de aves e mamíferos e a mortalidade por doença de Chagas. A diversidade de hospedeiros mamíferos aumentou o risco de transmissão por meio do efeito de amplificação. Para aves, os nossos resultados revelaram ocorrência do efeito da diluição. Os resultados observados também apontam influência da variação geográfica por meio da distribuição de vetores e da prevalência de diferentes espécies de hospedeiros. Encontramos relação positiva entre o IDH e as taxas de mortalidade por Chagas, denotando necessidade urgente de desenvolvimento de estratégias em saúde pública. Assim, este estudo evidenciou que o aumento significativo no risco de transmissão da doença de Chagas está associado à maior diversidade de espécies de mamíferos, e indicou que o menor risco de transmissão da doença está associado à maior diversidade de espécies de aves. Nosso estudo também demonstrou que os municípios com índices mais elevados de desenvolvimento humano apresentaram, em média, maiores taxas de mortalidade por Chagas. Nossas descobertas contribuem para o entendimento da epidemiologia especifica da doença de Chagas e suscita a discussão sobre abordagens mais eficazes para o controle e prevenção das doenças infecciosas transmitidas por vetores em um contexto abrangente que abarque as variáveis biológicas, sociais e econômicas. |